quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Natal..

O cheirinho gostoso da rabanada anuncia a data mais especial do ano: Natal.

Para alguns, o Natal é como mais um feriado a ser cumprido. Para outros, o Natal já foi banalizado, quando grande parte da população entra em filas intermináveis de lojas para realizarem sonhos com seus rendimentos extras do final de ano. Para mim, o Natal tem tantos sentidos, que na balança, o saldo é positivo. Tão positivo, que estou ansiosa pra estar reunida com todos que amo.

O Natal, sempre foi uma data marcante pra minha família. Quando meu Pai era vivo, lembro das grandes festas na casa do avô paterno, recheada de guloseimas, e de presentes, além de tantas crianças gritando pra lá e pra cá. E meu avô com aquela cara linda de um verdadeiro Papai Noel. O encanto acabou, quando meu Pai faleceu, e em seguida meu avô partiu.

Após isso, entrou a lembrança dos grandes almoços da minha linda avó materna. O melhor almoço que uma família pode ter, é realizado por Ela. A mesa farta, Ela realizada por ver todos reunidos. Os presentes trocados. As orações. Tudo em sintonia, uma sintonia tão linda, que só foi quebrada, com a morte do meu avô e do meu primo. Toda festa fica triste sem alguns personagens essenciais, né? Talvez.

Na minha vida, aprendi, que nada é substituído, mas tudo é transformado. E tudo continua, é só entender que o mundo gira, e devemos nos adaptar as mudanças. Dessa forma, a nossa festa, continuou linda, com os personagens que preenchem os lugares, as cenas, e os movimentos, constantes de uma família tão unida.

E dessa forma, amanhã, estarei na Igreja, na Santa Missa do Galo, rezando pela maior razão dessa união e desse dia tão especial: O Nascimento do Menino Jesus. É um dos momentos mais lindos que vivo durante o ano. Um momento de entrega de todo meu amor ao responsável por nós. É onde minha família confraterniza o que faz dessa data ainda bonita: a paz, o amor e o respeito pelas pessoas. E claro, que no dia seguinte, voltamos a grande mesa farta, onde podemos gargalhar, conversar, brincar, e trocar as famosas lembranças de uma data tão especial.

Obrigada Deus, por mais um ano. Por me permitir ter o amor dentro de mim, e compartilhar com todos esse precioso sentimento.

Feliz Natal! Que Deus esteja presentes em todos os lares!

(O meu amor maior feliz. O real significado do Natal em atos.)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

somente pra você...

É difícil escrever, quando as palavras traduzem-se em gestos. Quando elas estão caladas, por estarem intensamente vivendo! Mesmo assim, sinto vontade de dedicar um texto, a uma única pessoa, por ser tão especial em minha vida, por ser tão intensa, por ser tão única, e pelo principal, me amar, e permitir ser amada.

O nosso acaso, é tão nosso, que não cabe ao mundo entender. "Nosso encontro, nós dois, esse amor!" É assim que defino tudo. É assim que vivo tudo. Não adiantou minhas palavras vagas, não adiantou meu medo constante. Não adiantou meu mundo surreal querendo atrapalhar a tão linda história. É uma história recente, mas tão forte, tão linda e tão amarrada em sentimentos construidos dentro da confiança, do carinho e da cumplicidade, que só poderia resultar no mais lindo amor.

Antecipadamente, já que estaremos desfrutando de mais momentos, venho registrar o meu amor, e parabéns, pela pessoa maravilhosa que você é. Por tudo que me fez ficar encantada. Por ser leal às pessoas, por amar o ser humano, por insistir que a vida é feita pra se viver, sem pensar no dia de amanhã. Por ser exatamente o que você pode ser de melhor: um amor! O meu amor, grande amor!

Obrigada por tudo. Por dividir comigo seu dia a dia, seus problemas, suas alegrias. Por preencher a vida com o nosso amor. O nosso tão lindo amor. Obrigada por deixar as portas abertas, e preencher nossos dias da mais linda alegria. E desculpas, por tantas vezes não me controlar, e ser a sua chatinha insuportável! Parabéns, meu amor! Você tem toda minha admiração, carinho, cumplicidade e amor.

E tenho certeza, que no dia 22, só existirá uma estrela brilhando: você! E compartilhar desse dia, tão significativo, com tantos amigos, toda família e com quem você mais desejava por perto, o pequeno, me faz ter certeza, de que apostamos corretamente em nossas vidas. Apostamos em nós!

Te amo, meu tão grande amor.

"E no meio de tanta gente eu encontrei você.
Entre tanta gente chata e sem nenhuma graça.
Eu que pensava que não ia me apaixonar.
Nunca mais na vida.

Eu podia ficar feio só perdido.
Mas com você eu fico muito mais bonito.
Mais espero.
E podia estar tudo agora dando errado pra mim.
Mas com você dá certo.

Por isso não vá embora.
Por isso não me deixe nunca nunca mais.
Por isso não vá, não vá embora.
Por isso não me deixe nunca nunca mais.

Eu podia estar sofrendo caído por aí.
Mas com você eu fico muito mais feliz.
Mais desperto.
Eu podia estar agora sem você.
Mas eu não quero, não quero."

terça-feira, 27 de outubro de 2009

explode coração..

São sentimentos misturados. É a alma complexa de uma mulher. É descobrir que dentro de mim, existem diversos gritos de liberdade, amor e carinho. Existem diversas respostas para perguntas vivas e gritantes. Mas só há um caminho para quem sou: eu que amo, vivo, suspiro, choro, penso, caminho, me perco, mas jamais abre mão da intensidade de viver, de cair, de crescer e de aprender!

A grande Maria Bethânia sempre permite que eu viaje, faça uma visita ao meu interior, ao meu mundo e descubra tantas coisas que eu mesma desconheço. Descubro que tudo é pouco, perto da imensidão que vivo. Ir ao seu show, é renovar energias, pensamentos e sentimentos. É ter a garantia que meu coração bate, bate forte, e jamais vai cansar de bater!

"É o amor que dá vida ao meu peito.
Pra eu jamais ver o tempo passar.
É o amor que dá paz ao meu leito.
E me ensina a sonhar.
Só o amor faz um bem tão bem feito.
Que o destino não vai desmanchar.
Só uma coisa no amor não tem jeito.
É ter medo de amar."


"Chega de tentar dissimular e disfarçar e esconder
O que não dá mais pra ocultar e eu não quero mais calar
Já que o brilho desse olhar foi traidor
E entregou o que você tentou conter
O que você não quis desabafar

Chega de temer, chorar, sofrer, sorrir, se dar
E se perder e se achar e tudo aquilo que é viver
Eu quero mais é me abrir e que essa vida entre assim
Como se fosse o sol desvirginando a madrugada
Quero sentir a dor desta manhã

Nascendo, rompendo, rasgando, tomando, meu corpo e então eu
Chorando, sorrindo, sofrendo, adorando, gritando
Feito louca, alucinada e criança
Eu quero o meu amor se derramando
Não dá mais pra segurar, explode coração..."

Tenho músicas eternas. São músicas que me dominam. Músicas que lembram momentos, pessoas e lugares. Essa? Essa lembra tudo! Essa define a minha vida! Define o meu mundo! E minha vontade de viver, sem qualquer vírgula, ponto ou espaço vazio! É a intensidade.. É a vontade.. É o amor..


Eu agradeço a voz, a interpretação e a luz que a Bethânia carrega. Não existe no mundo, alguém capaz de trazer a música da forma que Ela traz. Não existe qualquer pessoa que consiga expressar sentimentos com gestos, voz, caras e bocas, com amor, com carinho, com ternura, com força! Simplesmente, Ela é a Abelha Rainha, única e incomparável.


"Eu minto, mas minha voz não mente.

Minha voz soa exatamente.
De onde no corpo da alma de uma pessoa.
Se produz a palavra eu
Dessa garganta, tudo se canta
Quem me ama, quem me ama
Adeus, meu olho é todo teu
Meu gesto é no momento exato
Em que te mato
Minha pessoa existe
Estou sempre alegre ou triste
Somente as emoções
Drama
E ao fim de cada ato
Limpo no pano de prato
As mãos sujas do sangue das canções."

Ao amor. Que me sustenta, me derruba, me levanta. Ao amor, que não me cansa. O amor que é eterno. O amor, que alimenta. Ah, o amor! Que faz o coração chorar, sorrir, e sentir! Que não esquece, que não envelhece, que não morre. O amor, que vive dentro de mim!

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Bons ventos sempre chegam...




.. E para que eles cheguem, temos que nos permitir. E mais do que nos permitir, é entender que nossa felicidade depende exclusivamente de nossos atos. Tive que errar muito, cair, pra poder levantar, e aprender que para me reconstruir é necessário viver, viver intensamente cada passo. Estando disposta sempre a cometer novos erros, mas jamais os mesmos.

Ando sorrindo pelos cantos. Cantarolando canções que me trazem paz. De forma sincera, meu coração resolveu bater, sem medo, e com todo controle possível! Acho que pela primeira vez, consegui controlar os impulsos e saber onde estão meus pés.. E dessa forma, o caminho se torna mais gostoso.


“O essencial é invisível aos olhos.”

Ainda preciso de muita coisa pra conseguir chegar aonde desejo, me entregar totalmente ao que me faz bem, ao que tem me feito sorrir. Consigo principalmente, lembrar que tudo se renova, tudo se transforma. E para isso, preciso deletar da minha vida aquilo que há tantos anos ficaram pra trás, mas que carrego dentro de mim. Eu vou conseguir, sou capaz!

O meu desejo é maior do que carrego. E viver é bom demais, pra deixar o tempo estacionado. E se conseguiram invadir meus sentimentos, eu permito, com o coração totalmente aberto.

"Viver é bom demais. Ninguém vai me prender.."



segunda-feira, 21 de setembro de 2009

bienal..


Bienal do Livro é um ritual. Impossível deixar de ir, sabendo que está acontecendo. É como deixar de ir ao médico, já que a leitura é um remédio pra mim. Pisar naquele santuário, seja no Rio ou em São Paulo, é como renovar energias, sentir o cheiro de palavras, e se alimentar de grandes autores com suas lindas e significativas obras.

A cada passo, nos surpreendemos com algo diferente, é um estande que nos faz ficar parada horas, ou alguma grata surpresa aos nossos olhos, como dar de cara com um homem que durante a sua vida teve tanto significado. Ou mesmo, quando sento no chão para admirar a passagem constante de pessoas com sacolas cheias de conhecimento, de vida. Dentro dessa paixão, gosto de ficar admirando o desconhecido. Sempre carrego comigo algo diferente, que jamais tinha visto, mas que de alguma forma me tocou.

Lógico que Dona Canô não é desconhecida, muito menos um dos brilhantes livros que fizeram sobre Ela. Só que, o Estande do Ministério da Cultura da Bahia, me encantava em todos os sentidos. Ver reunido todos os autores bahianos foi muito bom. Era ver como rico nosso país é, mas poucos valorizam. Fiquei com a sensação que todos os Estados deveriam fazer o mesmo. E proporcionar aos que pisam na Bienal, a sensação de saber como em todo lugar, temos a palavra como sentido. Falei de Dona Canô, pois acabei comprando o livro, e saindo satisfeita depois de uma breve conversa com o Secretário da Cultura da Bahia. Foi uma feliz surpresa, e eu diria, que um dos melhores estandes da Bienal.

Dentre tantas e gratas alegrias, eu carrego uma comigo que desfruto de vez enquando. Já tem alguns anos que eu encontro o Ziraldo na Bienal. E pra mim, é sempre emocionante. Dar de cara pelo responsável por tantos momentos da minha infância, é gratificante. Vê-lo diante tantas crianças, é a certeza que Ele atribui muito sentido a nossa cultura, ao nosso mundo, e aos livros. Eu sempre me emociono, e não foi diferente. Olhar o Ziraldo, é relembrar momentos de uma infância feliz. Acho que com Ele, meu gosto pelos livros começou. E até hoje, Ele consegue tirar de mim o sorriso emocionado. A presença dele é iluminada. Faz a diferença em toda bienal.

Enfim, sai realizada. Ganhei um livro lindo do Ziraldo: "Histórias de Carolina", comprei o da Dona Canô. E mais alguns outros, que encontrei num saldo absurdamente instigante (fiquei doida). E agora, é a hora de devorá-los, desfrutá-los, permitir a cultura invadir.. seja como for!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

cruz e a espada


Não sou medrosa, mas sempre busquei tomar decisões pautadas nos riscos. E acho que isso é normal para todos que alimentam sonhos e vontades, mas paralelamente, tem que viver o dia a dia, e bater de frente com dúvidas, receios e mesmo assim, continuar desejando ir longe.

Cheguei ao ponto da minha vida, onde busco respostas, e me cobro demais. Minha vida profissional pode mudar, do dia pra noite, levando sonhos, vontades e intenções. Sempre carreguei o sonho, sonho tão vivo dentro de mim, que já estudava para isso. Mas fui impedida pelo acidente, de continuar idealizando o mesmo, já que seria impedida. Tive que alimentar vontades, ter a certeza de que tudo acabou, e que um novo começo deveria ser traçado. É dificil, porque mexe com expectativas, e com o incerto.

Com o fim de um sonho, nem novos planos sou capaz de traçar, e ai vou vivendo, deixando que as coisas aconteçam, até que outra coisa me domine, mesmo que não seja tão sonhado. Ao entrar como estagiária da Receita, não tive muito gosto, mas sempre procurava aprender. Ao retornar, depois de um ano, descobri outra parte de mim, uma paixão avassaladora por tributos, por tudo que assim está envolvido, e principalmente, o direito tributário. Percebi que um novo sonho estava começando a nascer, e de forma mais forte ainda. Dei todas as chances a mim mesma para alimentá-lo, e hoje, ele já é mais vivo, do que o inicial. Me envolvi ao máximo, aprendi o quanto pude, e tentei superar o campo que um estagiário dá, já que é tão limitado e consegui.

Meu estágio terminou, e com ele, o desespero apareceu. Tudo que eu desejava era continuar nesse constante aprendizado, estudando paralelamente, até conseguir estar aqui não mais como estagiária, e sim concursada. A Receita, e algumas pessoas fazem parte desse processo, me trouxeram vontade e sede de mudar, de inovar e vencer. Uma semana em casa foi o suficiente para me preocupar, e o medo do que não podia acontecer chegou a invadir. Até que meu telefone tocou, e hoje estou de volta, em um novo setor, numa nova etapa, e o principal, efetivada. Mas meu sonho vai além, e só depende da minha capacidade em estudar.

Paralelo a isso veio o anúncio de uma nova oportunidade, que muito me assustou, mais que é tentadora em todos os sentidos. Fiz uma entrevista, por convite de uma advogada assídua na Receita, para uma multinacional, onde irei exclusivamente trabalhar com tributos, ou seja, continuarei realizando o meu sonho, envolvida com a área tributária, e vivenciando cada dia mais o que tanto quero para minha vida. Tenho dois dias para dar a resposta.

Me vejo entre a cruz e a espada. O poder público ou o poder privado. Receita Federal ou uma multinacional. Cobrar contribuinte ou defender contribuinte. Começar uma luta diária de não te passarem a perna ou continuar vivendo uma certeza que daqui só saio para retornar concursada. É tão pesada á decisão, é tão difícil. É projetar um sonho de duas formas, é investir nele. Estou com duas portas abertas, só que ambas, traçam caminhos diferentes, e tenho que decidir em dois dias, qual caminho eu quero pro resto da minha vida.

E agora, José?

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

susto.

Um susto. Tudo nessa vida acontece por acaso, e não seria diferente comigo. Ah, ainda mais comigo! Tudo acontece quando menos espero! Tive um fim de semana inesperado. Daqueles que jamais desejamos. De um lindo show a um triste hospital. E que diretamente recordei do pior momento da minha vida..

"Se eu não me controlo, ninguém fará por mim, e assim foi, tive a última crise até hoje, mas radical. Dolorosa. Triste. Onde tive que enfrentar a pior dor do mundo, a dor de reação, a dor do medo, a dor do nosso corpo por um fio.

Nunca estamos preparadas pra uma coisa tão grande em nossas vidas. Um mês vivido num quarto de hospital. Muita superação, mas a realidade que tudo era por minha culpa, estava ali como resposta a anos de rebeldia, anos de falta de cuidado com o que realmente tinha. Ali eu vivi um filme, um filme longo. Cada dia era uma esperança diferente, dores que não queremos sentir, mas eram apresentadas a cada hora que passava. Poderia fazer uma conta maluca, foram 35 dias numa cama, foram 840 horas, foram 280 injeções de morfina não desejadas no meu corpo. E o principal, entrar numa sala cirúrgica sem saber o meu destino, se minhas pernas iriam ter vida, ou se eu seria condenada a uma cadeira. E fui ainda visitar o ‘CTI’, aquele não desejado, mas obrigatório. E me senti no episódio do Plantão Médico, quando somente um grito eu ouvia: volta Carolina, volta Carolina, vamos viver! Foram três litros de sangue, até eu finalmente acordar. Eu acordei, e senti minhas pernas, eu acordei e não senti dores. Eu acordei e vi que não podia mais brincar com a vida. Foram os dias mais tristes da minha vida, porém ao ‘acordar’ foi como o melhor presente ganho: o direito de ir e vir estava restabelecido em ‘partes’." - No aeroporto de Miami, 12/08/08.

Impossível não lembrar de tantas coisas, ao entrar num hospital, e ser internada. Impossível não sentir medo. Impossível não lembrar de tanta dor, quando a dor ta sufocando. De emergência para o quarto de um hospital não é um acaso, não é um hobby. É a invasão de uma dor incontrolável e de um suposto problema se instaurando. E quando menos espero, escuto a palavra terrível: morfina + tramal + profenid - de uma vez só. Tudo que preciso, para lembrar que quando chega a essa etapa, é porque a coisa está preta. Enfermeiras lembrando de mim, vindo dar oi, e avisando que estarão presentes comigo novamente! NÃO! Definitivamente, não quero isso!

Descobri que minha maior limitação, é meu medo. E um medo que não sabia ser tão grande. Adquiri um trauma, que nem passava pela minha cabeça. Pois bem, hospitais pra mim, se traduzem em medo. Fico apavorada em pensar que aquela cama me espera, e aquelas enfermeiras me aguardam. Fico desesperada ao ser colocada numa maca, como um objeto que vai ser utilizado por máquinas e médicos (eu vejo tudo ao contrário). Minha dor não é comum. Eu não reclamo de dor. Eu não vou ao hospital se não for extremamente necessário. JAMAIS. Ninguém vai me ver falar sobre dor, caso ela não seja a pior possível. E realmente, eu to com muita, mas muita dor. Tive alta. Com a suspresa mais detestável possível: eis que surge uma hérnia de disco entre dois dos meus parafusos (tenho 6), e não posso jamais pensar em cirurgia (último caso). E agora Deus? É repouso absoluto. Remédios, médicos, fisioterapia e tudo que 'Eles' mandarem. Só que esse tudo, pode ser tudo mesmo.

Minha dor é a do medo. Estou apavorada. Não consigo me imaginar dias naquela cama, naquele ambiente, naquele lugar.. To esgotada.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

ela une todas as coisas.

O maior amor que existe dentro de mim é de uma única pessoa. A mulher que me ensinou a dar todos meus passos. Aquela que desde pequena me colocou no colo e jamais me soltou. Hoje sou um reflexo de tudo que aos longos do ano aprendi com Ela. Mas nunca conseguirei chegar a essa essência maravilhosa que pertence somente a Ela. Minha mãe é daquelas mulheres raras, que quando encontramos, ficamos encantados, admirados, e por conseqüência, queremos ter sempre ao nosso lado, para que possamos compartilhar de tudo que Ela nos permitir.

Forte e lutadora, acredito que em cima dessas duas palavras, é que consigo vê-la como uma fortaleza. Minha mãe perdeu seu maior amor muito nova, a morte os separou. Eles eram apaixonados, amantes, amigos. Minha mãe achou forças para continuar a vida, assumir as rédeas de tudo, me ensinar a dar passos e apoiar meus irmãos em fases tão complicadas. A sua dedicação a família é parte do meu intenso orgulho. Minha mãe é minha melhor amiga, minha cúmplice, a responsável pelas grandes decisões que eu já tomei. A que me segura quando desabo, e que me dá broncas quando necessário. Compartilhamos uma união impar, vivemos juntas, somos praticamente uma. E o amor é nosso pilar para que tudo caminhe bem.

Minha mãe me respeita, mesmo sendo tão difícil. Minha mãe entende meus limites, e aceita que eu viva o que desejo, mesmo que isso não seja o esperado por Ela. Apóia, conversa, aconselha, e vive, vive intensamente o que eu vivo. E tento refletir tudo que Ela me ensinou pra minha vida. Tento assimilar que não adianta o querer, sem reflexão, sem entendimento, sem pensamento. E Ela consegue trabalhar isso da melhor forma dentro de mim, me ajudando, me ensinando, me fazendo refletir.

Seu amor e dedicação a Deus é a parte que mais admiro. A parte que mais me fascina, e me mostra quem é a grande mãe que tenho. Sou de uma família católica, e sou intensamente feliz por isso. A Igreja nos acolhe, brinda a nossa história de vida. Tenho orgulho de falar sobre isso. Minha mãe dedica seus dias a vida religiosa. Luta, ensina a crianças e jovens, doa seu amor, e só cresce. Vejo a paz dentro dela, vejo o amor tão fortalecido e vivo. Vejo vida. E sei que essa é a maior fonte de tudo que sou. Se hoje, tenho princípios, ética e moral, tudo é decorrente dessa longa vida junto a Deus, a Igreja, aos amigos e a paz que isso tudo engloba. Nascemos e crescemos nesse ambiente, o ambiente escolhido e amado. Tenho orgulho de ver minha mãe ensinando crianças, dando comida aos pobres em madrugadas, rezando para todos, brincando com todos, sorrindo, dividindo, ensinando a jovens, sendo sempre convidada a ser madrinha, sendo amada, tão amada. É a realização dela, e por conseqüência a minha.

Minha mãe é minha Rainha. A única que jamais sairá do meu coração, aquela que me ensinou que esse é o único amor eterno, e assim nutrimos todos os dias esse sentimento único. Ela é minha, mas com Ela, aprendi que compartilhá-la com outros, é dar o real valor a tudo que nos acolhe. Dividir é dar mais valor ao que temos. Então, sintam-se íntimos, pois todas as pessoas deste mundo deveriam conhecer Tia Geanette, Mãe, minha Mãe.

Mãe, Feliz Aniversário! Um brinde ao maior amor da minha vida.

"Ela está em todas as coisas, até no vazio que me dá.
Quando vejo a tarde cair e ela não está.
Talvez ela saiba de cor, tudo que eu preciso sentir.
Pedra preciosa de olhar! Ela só precisa existir para me completar.
Ela une o mar com o meu olhar.
Ela só precisa existir pra me completar.
Une o meu viver com o seu viver.
Ela só precisa existir para me completar."

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

um momento.


As vozes das minhas crianças acalmam meu coração. Elas falam sobre coisas bobas, me chamam, disputam pelo controle, reclamam que a pizza está demorando, e a todo momento: "Rebecca, coloca lá" ou "Pára Hanna, Tia Geanette vai ver o que quer" ou ainda paro pra ver o grande gato Billy deitado nas pernas da minha mãe. Enquanto o primo que está virando um homem está na malhação diária. São momentos que a minha família proporciona, eu fico encantada com tanta união e amor. Eu to sentada, escrevendo esse texto, e os admirando em silêncio. É uma paixão nutrida por muitos ingredientes. E não consigo jamais explicar o que nos faz ser sempre assim, felizes.

Eles não sabem que estou emocionada. Não estão me olhando. Só reclamam: "Carol, vem pra cá, fica com a gente". E porque to escrevendo esse breve texto? Parei pra ver fotos antigas, lembrei de momentos únicos onde tive essa família vivendo intensamente essa calorosa união. Uma única vez, eu consegui "dividir" minhas crianças com outra pessoa, por amor, muito amor. E era encantador ver que elas eram apaixonadas, amavam, e viviam intensamente o que eu vivia. Ao ver essas fotos no computador deles, vi uma longa parte da minha vida, que jamais será esquecida, a melhor parte. Mas a parte ruim disso tudo, é quando eles perguntam: "Carol, mas porque..." E eu não consigo responder.

Deixa eu lavar esse rosto e voltar pra Eles. Um dia eu consigo responder.



(Minhas crianças, meus amores)

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

saudades.


Saudades é o meu medo constante. A saudade pode causar alegria e pode causar tristeza. São meus dois extremos que podem entrar em conflito, é quando do sorriso, passo a chorar. Ou da lágrima, começo a gargalhar. É aquela dor doce que às vezes gosto de sentir. É o tempero dos meus sentimentos. E em alguns momentos é o desespero que entra sem permissão.

Ela é uma constante, com variáveis. É meu infinito particular, o vai e vem que não abandono. Verdades que me dominam, com força para manipular meus pensamentos. A saudade determina o que penso, o que sinto e o que quero. Sou vazia sem o frio que ela causa, sem sentir a dor da lembrança e a alegria do guardado. É viver tão intensamente a vida, permitindo-me que mais tarde, isso venha a se tornar saudades. É a minha certeza de que tudo jamais será esquecido. É recordar com carinho os momentos já vividos. É guardar dentro de si a preciosidade dos sentimentos.

Sinto saudades. De você, de nós, de tudo.

domingo, 16 de agosto de 2009

A falta que você me faz


Num lugar tão cheio, fui percebida por você. Nunca me vi como alguém que despertasse interesse alheio, mas naquele dia eu consegui, sem saber. Eram muitos amigos, muita música, bebida, pessoas e fui para casa como mais uma noite vazia, mesmo com você me enxergando. As luzes daquela noite me atormentaram, as vozes me enlouqueciam, os encontros me cansavam, e eu não consegui te ver. Você era o amor perdido no meio da multidão.

Meu cabelo balançava, eu era solitária menina dentro de um universo tão gigante. Mais uma integrante da grande festa. Aquela que ia pra lá e pra cá procurando novas conversas, novas pessoas e novos acontecimentos. E mesmo assim, não te encontrei. Você era quem eu procurava. Exatamente quem eu queria encontrar. Eram tantos os obstáculos, e eu não consegui te ver, mesmo tão bela.

Buscava cor para aquela noite, via tudo preto e branco. Buscava alegria, ela era distorcida. Buscava paz, só existia barulho. Buscava o meu sonho real, e só conseguia me perder entre alguns beijos e ao excesso de bebida. Cheguei perto, mas andava perturbada, entre mãos, abraços e olhares. A bagunça te escondia de mim, e eu não consegui te ver.

Mas você me viu.

[lembranças]

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

meu herói...

Quando eu era pequena, tinha um herói em minha vida. Um homem tão inteligente, que me fazia ficar sentada ao lado para ouvir tudo. Um homem tão bonito, que me dava orgulho caminhar junto a Ele. Um homem tão amoroso, que me fazia amá-lo mais ainda. Um homem tão íntegro, que me deu a base para tudo que sou hoje. Um homem tão batalhador, que me ensinou a jamais desistir. Um homem, que me deixou as maiores recordações de uma vida. Mesmo tendo vivido ao meu lado tão pouco tempo.

Ele era meu herói. Ele brilhava aonde passava. Tinha amigos, gostava de sentar a mesa com a família. Me tratava como princesa, fazendo todas as minhas vontades, mas também era capaz de brigar quando necessário. Era o Tio de diversos amigos ao longo da vida. Me ensinou a amar a música. Me levava pra pescar bem cedinho, só pelo prazer de viver. Planejava viagens familiares, que até hoje inesquecíveis são. Ele me apresentou o Brasil de ponta a ponta, com o prazer de nos ver feliz. Esse homem jamais deixou de sorrir pra mim. Ele não media esforços pra me fazer feliz.

Mas esse mesmo homem, foi capaz de esconder de mim, a maior dor que já vivi. Foi capaz de fazer com que toda a família mentisse para que eu não sofresse. Ele pensou em mim até os últimos minutos, sem saber que consequências eu levaria disso, só pensava no meu bem, no meu coração, e nesse amor incondicional. O meu herói era minha referência, era meu porto seguro, era quem eu mais amei nessa vida, e sem se despedir, Ele partiu. Longos foram os anos para aceitar e entender que Ele tentou me proteger de tudo, sabendo que minha dor seria muito grande. Meu herói, continua vivo em mim. Tão vivo, como se Ele estivesse ao meu lado agora sorrindo.

Eu lembro exatamente de todos os acontecimentos, como hoje fosse. Toda minha família já sabia, e eu fui excluída. Numa terça recebo a notícia: "Carol, seu Pai teve um problema e vai ficar no hospital para fazer uns exames. Você quer ir lá amanhã?" Como assim perguntam se eu quero ver meu Pai que foi internado? O meu herói poderia estar em apuros, sem eu saber? Uma cabeça de 13 anos, perdida, assustada, triste e pensando que algo deveria fazer, mesmo sem saber o que estava por vir. Eu não sabia exatamente nada, só entendia que a pessoa que mais amava estava em perigo.

No dia seguinte, me levaram, e tudo me assustava mais, porque não foi simplesmente me levar. Me prepararam para algo a qual eu não sabia o que era, percebia tudo, todos preocupados somente comigo, como se eu fosse o problema e não o meu Herói. Cheguei ao local. Minha única reação foi correr, correr por corredores que eu desconhecia, chorar, gritar, e assustar a todos que me viam. Eu li sozinha e entendi tudo sozinha, tudo que evitaram em um segundo foi desmascarado: INCA. Ler isso responde qualquer questionamento. Depois de tanto, conseguiram me conter, e consegui entrar no quarto, sem palavras, assustada, perdida e com muito, muito medo. Foi o maior medo que já senti, medo de olhar para Ele, medo de viver, medo de não ter respostas. Medo do que eu já sabia, mas não queria acreditar.

Ele me acolheu, como sempre, com o amor interminável. Ele chorou. Eu chorei. Eramos um, e uma dor infinita. Fomos observados e respeitados, por saberem que era um amor único, que poderia mudar a minha vida, de um dia para o outro. E mudou. Ele brincou, conversou, mas não tocou no assunto. E eu aceitei, era o meu amor, Ele podia tudo. Foram dias tristes. Exatamente cinco dias. Cada dia tudo piorava, e não existia mais resposta, existia uma única certeza, algo iria acabar. Em cinco dias meu Pai faleceu, exatamente no horário da Ave Maria, tocando a oração nos corredores... Não existiu tristeza igual em minha vida.

Meu herói me deixou. O homem que eu mais amei nesse mundo partiu, em apenas uma semana, eu tive que encarar a morte, a dor, a tristeza, a solidão, o fim. O "nós" acabou. E meu futuro? Todo Ele foi modificado por esse dia. Toda minha vida é ligada a esse fato. E até hoje carrego a sensação que não nos despedimos, e por isso Ele está do meu lado diariamente, me vigiando, e cuidando de mim, junto a Deus.

Hoje, completa 15 anos que Ele partiu, e tenho certeza que Ele tem muito orgulho da filha que tem. Tenho certeza que Ele deve dar gargalhadas das minhas aventuras, sofrer quando eu sofro, me espiar durante meu sono, e sempre sorrindo, com o sorriso mais lindo do mundo. Meu Pai é o meu eterno herói... E é a minha dor, solitária e infinita.


"Me diz qual a razão... Pra eu não ir também... Me diga já... Onde ele está?"

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

vizinhos.

Vivo há 20 anos no mesmo lugar. Tive uma infância impecável, onde diariamente me divertia com tantos amigos, brincando de tudo, tudo que na minha época era permitido e apaixonante. Moro num condomínio, com 9 prédios. A quantidade de crianças sempre foi o atrativo para moradores se encantarem com o espaço. Eramos um grupo, com infinitas qualidades e defeitos, mas unidos. Eramos vizinhos, que todo dia gritavamos os nomes em janelas para que a brincadeira começasse. Tudo era perfeito. Os lanches feitos pelas nossas mães, as nossas brincadeiras, a praia a qual nos aventuravamos, e o início da nossa adolescência.

Em todo grupo temos um líder, sempre aquela voz que nos une, e dita o tom da festa. No nosso, de tantas crianças, não seria diferente. Tinhamos o João 'Gago', ele realmente era gago. Mas era a pessoa mais animada do mundo, que nunca deixou de brincar mesmo crescendo, que sempre tratou todos da mesma forma, e protegia a todos, como um verdadeiro líder. Nossa adolescência não nos afastou, nos uniu. Eram dias e dias que ficavamos noites inteiras conversando, brincando com os jogos de tabuleiros e não perdendo a essência de nada que nos rodeava.

João era vascaíno. Lembro exatamente do domingo, que recebemos a notícia que ele faleceu. Na saída de um Vasco x Fluminense, ele morreu por balas perdidas de uma briga de torcedores do Vasco. Foi a pior notícia que poderíamos receber naquela época. Foi triste demais. Não sei se no fundo, João sabia o quanto representava para todos nós, mas com certeza, no céu, pode entender o amor que Ele semeava. João foi o divisor de águas da vida de um condomínio inteiro. Ninguém mas queria se ver. Ninguém mais queria conversar. Ninguém mais ousava brincar. Ninguém mais aceitava a vida, que até aquele momento era tão gostosa, sem o João. O tempo passou, e as pessoas foram se afastando, sem sentir ou sentindo, nosso grupo não existia mais. Como rir sem o João? Como rir sem sua alegria constante? Como brincar sem as trapalhadas que Ele fazia? Como conversar sem suas conversas sempre boas para quem estava crescendo? Nos perdemos..

Crescemos. Até hoje, muitos moram no mesmo condomínio, passamos um pelos outros, como se nunca tivessemos vivido tantos momentos juntos. Temos respeito uns pelos outros. Mas tudo mudou. Ficaram as lembranças, ficaram as alegrias e ficou principalmente essa tristeza, uma dor de pequenos adolescentes.

No meu prédio, a união jamais foi desfeita. Aqueles que desde meus 8 anos moram, continuam vizinhos fiéis, daqueles que cuidam um dos outros, emprestam açúcar, ou tomam conta da chave se necessário. Tenho minha vó emprestada, tenho a família que amo, tenho meu Tio e minha Tia. Tenho o cuidado e preocupação, e vice-versa. São personagens que pra sempre vão ficar, e que viveram meu crescimento.

Vizinhos pra mim, se tornaram extensão da minha casa. Lembro de tantos momentos em que Eles foram a salvação. Como a perda do meu Pai, em que todos os 'Tios' estiveram tristes pelo amigo perdido, mas solidários e apoiando cada minuto. Já me seguraram de convulsões, já correram atrás de médico nas horas mas incomuns, que minha mãe estava sozinha e perdia o controle, por me ver passando mal. Compartilharam todas as minhas perdas, e todas vitórias. Meu prédio, para mim, é uma exceção dentro do meu condomínio, junto com um condômino, um Senhor, distinto, de 60 anos, que se chamava 'Seu' Luiz.

Seu Luiz era energia. Seu Luiz era força. Seu Luiz era carismático. Seu Luiz era carinhoso. Seu Luiz era amigo. Seu Luiz era sonhador. Seu Luiz era contador de histórias. Seu Luiz apareceu com seu jeito único, baixinho, dizendo: Senhorita. Eu levei anos para conseguir fazer com que ele me chamasse de 'você'. No seu lindo pensamento, uma mulher, tinha que ser tratada dignamente, desta forma, como Senhora ou Senhorita. Seu Luiz me convência com suas palavras que todos os problemas do mundo, eram culpa do 'sistema'. Ele sempre esteve certo. E dessa forma, levavamos uma cumplicidade, onde ele me contava suas histórias de ontem e hoje, e eu dava gargalhadas. Seu Luiz era um apaixonado, um brasileiro apaixonado pela VIDA.

Seu Luiz faleceu HOJE. Numa queda solitária, no seu cantinho, no seu lar. Sem despedidas e só lágrimas. Seu Luiz era sonhador, e eu adorava embarcar nos seus sonhos... Uma estrela chegou no céu, brilhando, brilhando muito! E mais uma marca minha vida carrega.

"Você partiu e me deixou.
E nunca mais você voltou.."

domingo, 2 de agosto de 2009

o ídolo..

Não posso negar meu passado, muito menos meu presente. Sou fã. Sou fã de alguns artistas. Sou fã de música. Sou fã daquilo que invade minha alma e com canções e interpretações me completam. Quem me conhece o suficiente, sabe quem são meus ídolos, e o porquê de serem. Mas sempre carreguei o medo de perder a identificação com eles, de não acreditar no que escuto, de não ver sentido em tudo que por eles são criados.

Ana Carolina. É o ponto de encontro da minha vida. Tantos anos dediquei minha vida a uma artista e em consequência aos seus fãs, onde me incluo. Poucos entendem minha visão sobre quem Ela é. Ana entrou na minha vida no início da sua carreira. Vi seu crescimento completo, arrebentando em todas as rádios, novelas, programas, em shows de 3 reais até os atuais, tão caros. Ri, dei gargalhadas, chorei, mas chorei muito, fiz piada, dei muitas entrevistas, participei do dvd, comecei namoros, terminei namoros, paguei micos, fui muito xingada, muitas viagens, fiz muitos amigos, pessoas entravam e saiam da minha vida (pela mesma porta), tive o pior acidente da minha vida, ansiedade, dor, alegria, tristeza, tantos foram os sentimentos que envolveram tudo que vivi em torno dessa artista, que impossível achar que tudo vai acabar, quando eu desejar..

Ana é uma artista completa, dentro do que eu admiro. É uma artista que consegue, quando a letra de uma canção não é tão boa, hipinotizar com sua voz. É uma artista, que quando a canção é tão forte, minimiza-se pra que todos "olhem" para a música. É uma artista que doa sua alma, seu coração e sua voz a um trabalho, mesmo que este não seja meu preferido ou o de muitos. O meu sentimento de fã, mora bem ai, quando vejo, que a Ana faz o que quer, é quem quer, independente do que os outros querem dela. E no palco, Ela simplesmente é a Ana Carolina, aquela que nunca mudou sua postura para agradar os outros. E dessa forma, sei me adaptar ao que gosto, e deixar de lado o que não gosto. Essa é a minha forma de ser fã.

Devo muito a Ana, muito mais do que imaginam. Devo o carinho, o respeito, o abraço forte de sempre, meus bons sonos, a atenção e preocupação. Devo essa visão da música, onde duelamos com nossos gostos. Hoje, eu me sinto em paz, pra dizer, que sozinha, consigo muito mais admirar a artista. Sozinha, consigo dizer sim ou dizer não, mas continuar gostando e sendo fã. O fim do Papel Fuleiro foi uma etapa necessária pra mim, e podem ter certeza que para muitos. Não sinto falta de nada, porque consigo guardar tudo de melhor que ali construi, me doando, sendo eu.

E a cada novo trabalho, a ansiedade volta, o medo de dizer 'não' ao conjunto, a vontade louca de ver aquela voz arrasar nos palcos e ter a certeza que tudo vale a pena, me vem a sensação louca dos mais de 200 shows que já fui, a sensação de que nada passa despercebido, tudo é diferente, tudo muda, tudo evolui, e precisamos nos adaptar, mesmo que não gostemos, porque a essência, a verdadeira essência, jamais muda, e basta fechar os olhos, ver o filme, e pensar que o futuro vai ser diferente, o nosso e de todos os artistas. 'Tudo se transforma'.

Acabei de ouvir o novo trabalho da Ana, N9VE, e posso dizer: obrigada, sua essência continua viva, mesmo com mudanças claras, suas palavras, melodia e voz, fazem o conjunto perfeito que desejo nos meus ídolos, que são raros. Os 10 anos de carreira de Ana Carolina não é por acaso, é simplesmente por ser uma das maiores cantoras brasileiras, que somam a voz, a música e a interpretação, dando nome a obra, dando identidade ao trabalho. É diferente, mas sedutor, gostoso e as 9 músicas dão o tom certo a obra, não precisando de qualquer uma para se completar.

'Fora, seu silêncio me devora.
Algo diz pra eu ir embora.
Não entendo seus sinais.
Mas fica com você.
A desculpa pra inventar.
Quando o riso ver ligar.
Posso não te querer mais.."

segunda-feira, 27 de julho de 2009

ilusão..

Eu sempre me aventurei por terrenos desconhecidos. Sou amante do sabor imaginário. Sou viciada em tudo que pode somar, sem que eu perceba o quanto de mim estou doando. Gosto das aventuras, das iniciativas, do novo, daquela vontade sonhada, do que não é meu, mas sinto como se fosse. Consigo me desdobrar achando que sou capaz de me entregar ao que tanto quero. É um conjunto de fatores que me faz acreditar que vale a pena sentir o frio, mesmo desconhecendo o resultado. As consequências? Pra que pensar. Tenho só uma vida. E a vida não é um presente de Deus, é um merecimento. Então, que eu viva intensamente, tudo que é proposto a mim.

Nunca impedi de saber o resultado das coisas que me proponho. Nunca parei para imaginar os riscos que possam acontecer. Nunca deixei de viver, intensamente ou não, o que está a minha frente, por ser cheia de sentimentos, de desejos e pensamentos. Me entrego as histórias da vida, porque sei que elas são únicas e nunca vão se repetir. E dessa forma, sempre estou me impondo um desafio novo, aquele que tento encaixar o risco, ao momento e a vida. Consigo? Nem sempre. Mas lições sempre são tiradas daquilo que tentamos, com sucesso ou não.

A vontade de alcançar o objetivo sempre é o meu ponto de referência, mas mesmo assim, tudo fica fosco e perdido, quando simultâneamente tantas coisas vão acontecendo, quando o desejo ultrapassa a realidade. Quando a minha cabeça, não consegue acompanhar o meu pensamento. Meus pensamentos sempre estão a frente das minhas ações, por isso, preciso ser intensa, realista ou não, mas correr para que nada fique pra trás. Nunca gostei de perder. De perder o que me preenche, de perder o que desejo, de perder o que quero. Afinal, a vida é uma só.

"Uma vez eu tive uma ilusão
E não soube o que fazer
Não soube o que fazer
Com ela
Não soube o que fazer
E ela se foi
Porque eu a deixei
Por que eu a deixei?
Não sei
Eu só sei que ela se foi.

Sei que tudo o que eu queria
Deixei tudo o que eu queria
Porque não me deixei tentar
Vivê-la feliz"


Talvez a música tenha ligação ao texto. Talvez não. Eu sinto que sim.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

...

Tem pessoas que não conseguem se separar do grande erro de querer moldar os outros, e achar que a sociedade deve sempre reagir conforme o seu pensamento. Dessa forma, sempre acha errado a forma de sentir, de viver, de achar que o outro tem. Todos nós temos sentidos, sentimentos e desejos, mas antes de tudo isso, somos todos diferentes. E essa diferença, é que faz reações e necessidades serem contrárias uma da outra.

Eu tenho pena dessas pessoas (mesmo sendo um sentimento tão ruim). A pessoa que nunca consegue ver o outro, sem querer moldá-lo ao seu conceito, seu pensamento e suas vontades, com toda certeza, é infeliz. Poderia enumerar situações e exemplificar como isso acontece, mas prefiro deixar que cada um visualize isso em algum momento da vida.

As diferenças é o que me fascina! Assumidamente sou apaixonada pelo que seja diferente, e que sempre esteja em mutação. Não gosto da mesmice, tenho horror! A rotina é cansativa, é chata, é irritante. Mas e ai, o que fazer, se a rotina não pode ser deixada de lado? Ai entra as diferentes pessoas, com suas diferentes ações. Gosto do dia bonito, com cenas românticas, da mesma forma que gosto de ficar sozinha. Gosto de passear, da mesma forma que gosto de dormir. Gosto de mudanças inesperadas, da mesma forma que gosto do dia seguinte sem pensar no que vai acontecer. Tenho meus dois opostos aguçados. E isso é o que faz a vida ser maravilhosa!

Sempre que permiti que a rotina me dominasse, como normal fosse, me vi presa a uma vida que não desejava. Não por ser louca, ou por querer mudanças, mas por AMAR a minha liberdade. Liberdade é poder ir e vir sem contratempos. É poder ter a vontade de não fazer o que estavamos no dia anterior determinados a fazer. Liberdade é aceitar as mudanças, aceitar o outro, aceitar o mundo com suas diferenças. Liberdade sempre será a base da minha felicidade, não consigo me prender ao que quer me moldurar. Não pertenço a nada e nem ninguém. Pertenço ao meu mundo, e no meu mundo, quem manda sou eu.

Meu caminho é feito por mim mesma. Meu caminho não cabe espaço para conceitos ultrapassados. Meu caminho é feito de muitos desejos, tão meus, que não cabe a qualquer pessoa, querer modificar, querer intervir, querer vivenciar. Sou uma só, e essa Carol, deseja muito, tudo, cada vez mais. E por isso, carrega a responsabilidade de todos seus atos sozinhas. E continua desejando dia após dia, sem se preocupar com qualquer julgamento errôneo de pessoas que certamente não sabem viver! Só brincam com a vida..

Eu VIVO! E por isso, caio, levanto, choro, dou gargalhadas, falo sozinha, grito, peço colo e me perco com tantos sentimentos maravilhosos!

"Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome."

segunda-feira, 20 de julho de 2009

dia do amigo..

Seria mais uma data comercial ou uma data especial?

Dia do amigo. Eu poderia classificar o dia do amigo todos os dias do ano, já que eles estão ao meu lado sempre, caminhando com minhas dificuldades, vivenciando minhas vitórias, e me apoiando em momentos ruins. Mas porque não ter um dia especial para todos eles? São tantas datas comemorativas, que é justo ter um dia que você possa falar: Feliz Dia do amigo, com tanto entusiasmo. Justo, para quem tem nos amigos uma extensão da família, extensão de si, e com certeza, o apoio incondicional para muitas etapas das nossas vidas..

Um verdadeiro amigo é capaz de calar nossas lágrimas, sem nos destruir. Ou é capaz de nos fazer chorar, e mesmo assim, nos deixar bem. Um verdadeiro amigo consegue com um olhar te analisar e sabe a resposta direta e certa de como a nossa vida está. Um verdadeiro amigo se condicionou a entender que o outro tem muitos defeitos e muitas qualidades, e mesmo assim, atura, porque carrega um sentimento junto: o amor. Um sentimento tão grandioso que faz a amizade durar se for real.

A amizade e o amor caminham lado a lado. Eu não acredito em amizade sem amor, sem fraternidade, sem carinho, sem união e muito menos sem respeito! O valor da amizade está sempre em agregar todos esses sentimentos e respeitar os limites de cada um, respeitar o espaço um do outro, respeitar as diferenças. E quando entendemos que as diferenças são enormes, e varia de amigo pra amigo, é que conseguimos chegar a conclusão que amigos são nossa casa.. são vida.. e são responsáveis pelas histórias que carregamos pra sempre.

Meus amigos me conhecem exatamente como eu sou, com tantos defeitos e qualidades. Sabem exatamente quando estou triste, ou quando estou feliz. Sabem o que fazer pra me levantar, e sabem o que fazer pra me derrubar. Sabem entender meus limites, e respeitam isso. Cuidam de mim, se preocupam comigo. São leais, são justos, são sinceros. Jamais passam a mão na minha cabeça, mas também aplaudem quando certa estou. São pessoas integras, fortes, lutadoras, verdadeiras, que carregam de mim, com toda certeza o melhor, mesmo que com defeitos (toda fábrica tem seus defeitos..)

Não sei se meus amigos tem orgulho de me terem como amiga. Mas eu? Eu me orgulho de tê-los. E eles com certeza, sabem disso. Orgulho dos passos dados por eles. Orgulho das conquistas, das vitórias. Tenho orgulho de ser fiel a pessoas que NUNCA saíram de perto de mim. Pessoas que me amam incondicionalmente. Pessoas que tantas vezes entenderam meus deslizes. Que compreendem que a minha vida sempre vai ser vivida com eles ao lado, mesmo que eu cometa graves erros, e eles não os aceitem. São pessoas que jamais me abandonaram, nem nas piores horas. São amigos, verdadeiros, sinceros e leais.

Eu carrego um a um no colo, se for preciso, e sei que todos fariam o mesmo, como já fizeram, quando precisei. O amor de um amigo é tão necessário quanto o amor da família.. Amigo é casa!

Aos meus amigos, feliz dia do amigo. Eu amo vocês.

"Diga aí amigo...
Como vai você?
Estou aqui contigo
E Você também me vê

Às vezes sou seu clone
E você é o meu
Não temos o mesmo nome
Mas nossa vida se perdeu

Em encontros e desencontros
Do mesmo sopro
Que atravessa eu e você

Se estou contigo
É porque estás comigo
E nós não podemos nos perder"


São poucos, mas são reais! São poucos, mas são meus! São poucos, mas são únicos! São poucos, mas são os que me amam e que eu amo!

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Desconheço o caminho que preciso seguir. Mas vejo a luz que necessito quando olho pra frente, o grande início. Não sou deslumbrada, vou passo a passo tentando conquistar o que posso, dentre tudo o desconhecido, que é meu maior amigo. Não tenho pressa, mas vejo o tempo voar, e o mundo rodar, as coisas acontecerem, e a necessidade de caminhar.

Carrego o mundo no colo, não consigo me separar de momentos, amigos e família. Não aceito o destino sem o que quero. Escolho o que faço, e sempre escolhi estar ao lado dos que amo, mesmo que para isso, fosse preciso não amar, ou necessariamente ser amada. E já sofri muito com os erros que cometi, pois os aceitei, e abri mão de muito que consegui. Aceitei errar, aceitei me machucar. Talvez era outra pessoa, que eu mesma desconheço!

Sou uma só. Uma Carol diferente para cada um que conheço. Cada um tem o que merece, o melhor de mim, ou o pior. Mas independente disso, sou uma só, pra sempre. Essa Carol vive na intensidade certa para sempre ser feliz, e aprendeu que quando se caí, rapidamente, se levanta! Para cada queda, temos uma mão amiga.


"Eu saí pra estrada
E não tenho pra onde ir
Sempre ouvi dizer
Que esse mundo era pequeno

Pelo caminho de espinhos
Avistei um mar de rosas
Pra chegar até lá
Eu preciso um pouco mais de tempo
Preciso de um grande amor
Preciso dinheiro, preciso de humor

Eu quero matar a vontade
Enquanto tenho saúde e idade
Fazer um pouco de tudo
Vender a alma pra poder comprar
O meu mundo"


P.S: Zelia Duncan me encantou, me sensibilizou, me instigou. Seu novo trabalho é magnifico. Onde consigo trilhar momentos da vida, momentos do passado, momentos atuais e momentos futuros.. Rita Lee e Ambição ganharam um novo tom!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

....



Sabe quando mexemos na nossa própria ferida?

Eu tenho uma. Não é exatamente uma ferida. É um afeto. Um afeto que se chama amor. Um afeto tão grande que me machuca ao falar, me machuca ao lembrar. Me machuca ao sentir. Me machucar por não ter ao meu alcance esse amor.

São Paulo me faz refletir sobre minha vida. Por o simples fato de desejar que o meu futuro seja aqui. E sempre sonhei que o amor se unisse aos sonhos. Na minha realidade, o sonho vai ser alcançado, mas o amor, é o que carregarei como a ferida que nunca fecha. Hoje fui almoçar com uma amiga, que me conhece por inteira, sentadas num restaurante, em uma única pergunta, ela conseguiu de forma sempre delicada, fazer com que meu coração dispertasse para o fato que esse sentimento existe, tão forte como o primeiro dia, e tão distante, como o último. E falasse sem parar.. como se estivesse tão perto de alcançar algo. Mas era somente um desabafo sem consequências de quem carrega sentimentos..

Não me envergonho de ainda amar. Mas me envergonho de não conseguir amar outra pessoa. Não sou feliz ao não poder dar o que a outra pessoa espera. Queria poder dizer eu te amo novamente, e viver intensamente esse sentimento que abrange tantos outros. Queria ter a certeza que poderei encontrar outra pessoa, seja quando for, e ver nela, a certeza que sou capaz de renascer sentimentos que em mim estão tão escondidos.

Ao mesmo tempo, a minha vida caminha como se esse amor não existisse. Eu consigo viver. Consigo respirar. Consigo me relacionar. E sou feliz. Eu não lembro de que amo. Eu lembro que quero amar. Eu não lembro quem eu amo. Eu lembro que quero amar alguém. Eu não lembro que vivi algo tão lindo. Eu lembro que quero viver coisas novas. E consigo, sabia? Vivo intensamente. Vivo tão intensamente, que o sentimento se esconde entre tantas ações e reações.

Mas, basta uma amiga, com intimidade, ser direta e pontual, que eu me desabo, volto ao ponto que desejava viver, mas não posso. Basta uma amiga ser sincera, que vejo como o amor dói. Basta uma amiga me ouvir, que entendo o quanto da outra existe em mim... Basta o amor entrar em cena, pra entender, que não podemos simplesmente ignorar, podemos sim, continuar.. Continuar a entender que a vida nos dá chances, e se perdemos, temos que aceitar. Eu queria poder voltar ao tempo, somente para não amar tanto, quanto eu amei. E assim, hoje, esse amor, não existir. Mas ele vive dentro de mim.. escondido, mas existe.

Ju, minha amiga, obrigada pelo almoço de hoje, e por entender o que minha cabeça pensa e passa! Te amo, pela sinceridade, pela amizade, pela objetividade, pelo amor! O amor que me faz tão bem, o de amigo! E principalmente, por permitir eu desabafar o que carrego tão dentro de mim..

E acho que hoje, não tão dentro de mim, mas exposto entre palavras. E as palavras é o minimo, perto da dimensão..

"(...) E eu não existo sem você.."

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Admirar o desconhecido é como entregar um sentimento ao vento..

Quando somos apaixonados por algo, nos tornamos dependente do que nutre esta paixão. Sou apaixonada por música, e naturalmente, o nutriente para sua existência são os grandes interpretes e compositores. Por seguinte, a produção oriunda deles reflete na minha vida, reflete nos meus atos, reflete nos meus pensamentos. Uma música carrega sentimentos, a alma de um artista, características tão próprias que nos faz ser admiradores dos criadores e expositores desta criação.

Tenho ídolos que me desconhecem. Tenho ídolos que me conhecem. Mas nada muda a condição de admiradora, e de admirados. Nasci e muitos deles já eram consagrados. Cresci e continuaram consagrados. Entre releituras de gostos, tem sentimentos que se entregam a novidades, e tem os que jamais são esquecidos. Me perco entre tão lindas canções e tão grandes interpretações. Minha alma é traduzida por cifras, notas musicais.. Meus sentimentos são expostos por vozes.. É a união de uma realidade vivida por outro, com a minha. Eles jamais vão saber, mas a cada frase um pouco de mim é decifrado.

Não posso jamais entender o que se passa na cabeça dos meus ídolos quando criam canções tão inteligentes ou quando soltam a voz como se tivessem entregando a alma ao momento. Mas posso fazer minhas interpretações, e por isso, sou admiradora. Magicamente consigo trazer pro meu mundo, o que desejo, e fazer com que cada passo dado por eles, dentro da sua profissão, façam parte de mim, a palavra, a voz, a música, eleva a alma, eleva a vida.

Eu lembro do meu primeiro choque ao perder um ídolo, não musical, mas ídolo nacional, ídolo que amava ver, torcer e admirar, distante, mas sempre vendo como fonte de alegria para um povo tão sofrido. Quando Ayrton Senna morreu eu tive a sensação do que é perder o desconhecido. É chorar por alguém que jamais te viu, mas com certeza, dependia dessa grande multidão para crescer, e continuar sua vida profissional. Foi um choque, foi triste, cada momento, cada notícia. E ai foi a primeira vez que me perguntei: E quando meus ídolos musicais partirem?

No mesmo ano choques pessoais foram grandes, diria os maiores até hoje. Mas lembro o ano chegando ao fim, e mais um ídolo partindo. Era Tom Jobim, o grande mestre, aquele que até hoje faz com que meus olhos se encham de lágrimas, o responsável por canções tão inspiradoras, e o que me fez cantar por séculos: 'O samba de Maria Luiza é bonito pra chuchu, e é por isso que o Papai está apaixonado por você'. Eu era nova, mas por tanto admirar, sofri, chorei, gritei, e pensei: Quando meu próximo ídolo partir, como vai ser?

Ainda jovem, vi o sucesso crescer e curti a divertida relação do palco/música/artistas/fãs que o Mamonas Assassinas criaram. Era admirável ver a simplicidade e a criatividade que eles tinham. Não chegaram a ser ídolos, já que não deu tempo, e muito menos seu estilo me contagiava. Mas conquistaram minha adolescência, já que eles eram febre. Como esquecer do show deles? E da mesma forma que chegaram, sairam de cena. Foi chocante. Foi devastador. E ai comecei a entender a relação artista/fã, e sentir o quanto difícil é gostar do desconhecido. E continuava a me questionar: A vida continua, e isso dá medo, quais serão as próximas cenas?

O tempo passou, e veio o que eu jamais esperava, o desespero em perder quem tanto gostava. Era fim de ano, eu recebia amigos para o melhor reveillon que poderíamos ter, e não tivemos. Tínhamos certeza que iriamos estar de frente para nosso ídolo, brindando a vida e todas juntas, mas não conseguimos. Cassia Eller partiu. Mas como Cassia Eller morreu? Era inaceitável. A voz que nos representava, que gritava, que cantava meloso, que arrepiava, que irritava, e que fazia que de longe, fossemos admiradores fiéis. Ela não podia ter morrido. Mas a única certeza da vida é a morte, e mais uma vez, um ídolo meu partiu. Eu tive medo de me questionar quem Deus levaria.

Com o tempo, passamos a ter mais sensibilidade, passamos a admirar poucos ou muitos, mas uma qualidade comum, e o sangue bate pelo mesmo ritmo. Meus ídolos continuavam me fazendo feliz. Eu continuava lado a lado do desconhecido e do conhecido, com meu sentimento solitário.

Jamelão morreu. Foi assim que recebi a notícia. E foi a maior queda que pude ter. Jamelão já tinha idade, mas pra mim, Ele ainda iria viver muito. Jamelão representa meu amor pela Estação Primeira de Mangueira. Eu chamei Jamelão de vovô e achava que era intima dele quando pequena. Por Ele, sou Mangueira. Jamelão fechou meu coração por dias, meses. A tentativa de entender a sua partida, me fez ficar próxima do meu amor pela Mangueira. Mas nada é igual. Sem Jamelão o Morro é triste, os tambores se calam, e alegria não é a mesma.

Semana passada, o mundo parou. E eu parei também. Não pude acreditar que Michael Jackson, dias antes de começar uma turnê, onde todos acreditavam num "levanta, sacode a poeira e da a volta por cima", faleceu. Ele é mortal, quando todos pensavam que era imortal. Ele modificou a música mundial. Ele mudou a dança, o conceito de shows, de clipes, e porque não de composições? Michael é referência em tudo. Novamente me vi perdendo um desconhecido, mas que é meu ídolo. Foi dolorida cada notícia, cada momento, e continua sendo, enquanto a mídia continuar levando esse assunto ao topo. Michael é eterno. E ficou a dor.

E hoje, me pergunto, será melhor não ter ídolos? Assim não sofro pelo desconhecido. Mas como viver sem eles, se eles alimentam minha alma, alimentam o coração e fazem ou fizeram as coisas mais lindas que eu já pude ver. São almas que não conhecem sua própria grandeza. São pessoas que nunca vão encontrar o significado do que representam para seus fãs, jamais vão entender que o mundo pode dar mil voltas, mas o sentido fica no que foi feito, e esse feito faz com que a admiração nunca cesse. Meus ídolos estão partindo, mas eternamente, eles estão comigo, porque para seus fãs, se tornam eternos.

Ana Carolina e Milton Nascimento. Eu diria que esse momento, eu jamais quero ver. E por isso, prefiro me perder, para assim poder perdê-los...

Ser fã é um caminho solitário. Mas sabe, essa solidão é apaixonante!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

São Paulo me encanta. Me encanta o barulho. Me encanta as pessoas. Me encanta o louvável ir e vir. Me encanta as ruas acesas e cheias. Me encanta os bares noturnos. Me encanta a beleza da Paulista, que jamais perderá seu charme. Me encanta a Igreja Santa Cecília ou da Sé. Me encanta o metrô lotado ou vazio. Me encanta os trocadilhos. Me encanta o café. Me encanta nada ter fim. Me encanta a sopa deliciosa da Galeria dos Pães. Me encanta as boates que possuem o melhor dj para o meu deleito. Me encanta os shoppings, sempre cheios e produzidos para receber seja quem for. Me encanta o Ibirapuera, sorrindo para a vida. Me encanta caminhar, entre carros, barulhos, pessoas, paisagens e muita vida. Me encanta ter tantos amigos especiais, numa cidade tão especial. Me encanta sempre ser surpreendida em SP. Me encanta saber que meu sonho é viver nesta capital que 24 horas tem vida, e durante essas 24 horas, podemos ser supreendidos.

São Paulo me traz a eterna sensação que 'viver é bom demais', e que não podemos deixar pra trás nenhum minuto, já que todos nossos minutos são valiosos. São Paulo me fortalece, me acolhe, me abraça, me anima. Sim, eu sou uma carioca, apaixonada por São Paulo e por paulistas. Sabe a única coisa ruim de São Paulo? É ter que dizer: até breve..

Na cidade de São Paulo TUDO é imprevisível..

sexta-feira, 5 de junho de 2009

justiça e fé...


“O que ama ao seu próximo não lhe faz nenhum mal. Pois o amor é o cumprimento total da lei.”

Deus é justo com os corações bem aventurados. Cresci acreditando na Doutrina em que toda a minha família seguiu, o catolicismo. Sou católica, por opção, e nunca, mesmo tendo toda família diretamente ligada, foi imposto a mim, seguir o catolicismo. Tenho orgulho de amar a Deus sobre todas as coisas. Por vezes, me desvirtuo, e verifico que estou errada, já que meu coração tem uma fé, e essa é incontestável. A fé divina.

Talvez poucas pessoas da minha idade, tenham seguido os dogmas católicos, escolhas e acreditar naquilo que Deus nos propôs. O meu Deus é somente um, e é esse que me faz crer que tantas coisas em nossas vidas acontecem para que possamos ter a certeza que Ele existe, e não desistimos da continuidade natural imposta, e que eu consiga driblar as dificuldades existentes no futuro.

Respeito todas as religiões. Tenho amigos que escolheram outras como fonte de fé. Tem outros que desacreditam em Deus. E assim, sabemos que o mundo caminha, com sua divisão natural, e cada um com sua certeza ou sua fé. Como todo bom católico, tenho minhas contradições em relação a minha própria religião, mas que jamais me afasta do principal: o amor e Deus.

"A justiça pode irritar-se porque é precária. A verdade não se impacienta, porque é eterna." (Rui Barbosa)

Deus é justo. Deus nos ensina a sermos justos. Pregar a justiça é caminhar abraçado a fé, esperança e ao amor. Aprendi desde pequena que temos que ter esses três parâmetros para que possamos seguir, assim sigo, com a minha justiça, e com a justiça de Deus, que jamais desampara, aqueles que trilham o caminho do bem.


[Esse post não é somente uma declaração da minha fé. Mas também, um argumento da fé humana, onde não podemos esquecer que todos nossos atos, refletem nos dos outros. E para conseguir seguir, é preciso muitas vezes dar passos pra trás, e recomeçar. Um conselho, se possível? Aprenda a usar a palavra desculpas, ela é capaz de milagres]

quarta-feira, 27 de maio de 2009

A vida. O bem maior. Pela vida, nos entregamos à alegria, a tristeza. Com a vida, caímos e levantamos. E vivendo, aprendemos a valorar sentimentos tão essenciais ao ser humano: o amor, o carinho, a união, a caridade, a amizade e a renúncia.

A renúncia é capaz de nos completar sem que percebemos. Renunciar ao que nos faz mal é um elo necessário para que tudo volte ao seu eixo. Renunciar as dores. Renunciar ao excesso. Renunciar a tristeza. Aprendi a renunciar, como aprendi a amar. Desta forma, consigo caminhar e me libertar de coisas que achamos que são eternas, ou que precisamos para o nosso caminhar.

Mais um ano se passou. Meu último aniversário estive longe do meu país, mas vivendo intensamente o amor, o carinho, a união, a amizade e a renúncia. Renunciei temporariamente coisas, para estar ao lado de quem amo: minha irmã, meu afilhado e meu cunhado. Lembro do bolo do Brasil, que fizeram pra mim. Lembro do bolo no trabalho. Lembro do chantilly na cara e do banho de água. Comemoração americana é rápida, mas é intensa. Depois de um ano, vejo o quanto aprendi, e o quanto ganhei.

Quantas coisas aconteceram. Muito trabalho. Tatuagens. Estados Unidos. Despedida. Lágrimas. Amigos americanos, latinos, brasileiros e um tchau. Antonio, maior amor. Mariana, vida. Vicente, aprendizado. Vovó Anna, anjo vivo. Mãe, paixão. Alan, desabafos. Patrícia, doação. Allana, vida. Tia Tininha. Incondicional. Tio Leo. Amigo. Hanna. Iluminada. Marcus, amado. Rebecca, carinho. Tia Fafá, alegrias. Tio Leo, lembranças. Tia Dora, dor. Saudades. Rodrigo, Papai, Vovô. Pessoas. Amigos. Movimento. Emails. Tentativas. Saúde. Nascimento do Pedro. O retorno a faculdade (que vitória). A coluna melhorando. Crises. Desmaios. Saúde. São Paulo. Rio de Janeiro – como eu te amo. Receita Federal. Trabalho. Amigos. Tristezas. Muitas tristezas. Distância. Fraca. Remédios. Ausência. Coragem.

Mais um ano se passou, e a vida continua sendo o bem mais importante...

Dedico a minha vida: (1Coríntios 13, 1-13)

1"Ainda que eu falasse línguas, as dos homens e dos anjos, se eu não tivesse o amor, seria como sino ruidoso ou como címbalo estridente. 2Ainda que eu tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência; ainda que eu tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse o amor, eu não seria nada. 3Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse o meu corpo às chamas, se não tivesse o amor, nada disso me adiantaria. 4O amor é paciente, o amor é prestativo; não é invejoso, não se ostenta, não se incha de orgulho. 5Nada faz de inconveniente, não procura seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. 6Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. 7Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 8O amor jamais passará. As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência também desaparecerá. 9Pois o nosso conhecimento é limitado; limitada é também a nossa profecia. 10Mas, quando vier a perfeição, desaparecerá o que é limitado. 11Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Depois que me tornei adulto, deixei o que era próprio de criança. 12Agora vemos como em espelho e de maneira confusa; mas depois veremos face a face. Agora o meu conhecimento é limitado, mas depois conhecerei como sou conhecido. 13Agora, portanto, permanecem Estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. A maior delas, porém, é o amor."

segunda-feira, 6 de abril de 2009

"Vai minha tristeza
E diz a ela que sem ela não pode ser
Diz-lhe numa prece
Que ela regresse
Porque eu não posso mais sofrer

Chega de saudade
A realidade é que sem ela
Não há paz, não há beleza
"É só tristeza e melancolia
Que não sai de mim
Não sai de mim
Não sai

Mas, se ela voltar
Se ela voltar que coisa linda!
Que coisa louca!
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca

Dentro dos meus braços, os abraços
Hão de ser milhares de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim

Que é pra acabar com esse negócio
De você viver sem mim
Não quero mais esse negócio
De você longe de mim
Vamos deixar esse negócio
De você viver sem mim"

O grande amor é eterno, mesmo lutando e remando contra a maré. Tenho limites, e dentre esses, falhas. Mas quando dois se torna um, não existe como mudar.

Eu te amo.

quarta-feira, 25 de março de 2009

...

O que eu sinto é muito, perto do que tento explicar. O que eu sinto é pouco, perto do que pode ser entendido. O que eu sinto é forte, mas ao mesmo tempo fraco. Eu caminho nessas oscilações em que tento me proteger e quando vejo já estou entregue novamente a um ciclo do qual nunca consigo sair.

Eu não tenho dúvidas que sou louca. E essa loucura é meu guia para ir até aonde posso, e entender o quanto a vida me faz viver em limites. Quando eu penso que terminou, eu vejo que posso estar apenas recomeçando. E quando eu penso que está recomeçando, eu posso estar levemente enganada, e na verdade, já teve seu fim ou não.

Não consigo me entender. Mas consigo sentir. Não consigo bloquear. Mas consigo me entregar. Não consigo definir. Mas consigo suspirar. Porém, eu continuo sendo a mesma, com as variações, com as dúvidas e as certezas. E é isso que me faz continuar.. Por acreditar que mesmo tão instável, a verdade é minha e de mais ninguém.

Desisto. O tão complexo pareço, é o que realmente sou. Não subestimo minha realidade.

domingo, 22 de março de 2009

Tem sentimentos que de tão carregados, não se libertam. Tem histórias de tão complexas, não se acham. Sempre tentei separar a ilusão da realidade. Me questiono até onde devo ir para ter a certeza que não existe determinada história. Qual é o meu limite? O da curiosidade? O do amor? O da verdade? O da ilusão? Minha mente é tão perigosa, que eu sou a primeira a ter medo dela. Nunca penso em uma só coisa ao mesmo tempo. Nunca questiono algo em isolado. Me enrolo em situações onde quando uma termina, a outra começa. E me vejo como vítima de tudo que eu permito ser criado e absorvido.

Carreguei um mundo paralelo, onde confiei palavras, confidências, lágrimas, risadas, encontros, despedidas e um coração. Vivi um mundo paralelo que me definia como personagem principal. Mas esse mundo sempre me colocou como coadjuvante. Tentei algumas vezes recuperar o que inicialmente acreditava ser verdadeiro, aquele elo, aquele mundo, onde tudo se tornava uno. Errei. Meu mundo paralelo é o da ilusão. Eu levei para o real porque quis. E fui escrava de uma história que não existiu. Uma história onde tudo foi construído, mas somente por mim. O cenário era visível, as pessoas existiam, os sentimentos eram verdadeiros, as dúvidas e medos perseguiam, mas o carinho fortalecia. Uma história onde não restavam dúvidas, que não precisava passar um segundo, para o mundo paralelo tornar-se o principal.

Errei. Esse mundo já deu sua resposta. Deixa eu voltar a realidade, enquanto existe tempo.

domingo, 8 de março de 2009

mulher..

"Mulher, ai, ai, mulher
Sempre mulher
Dê no que der
Você me abraça, me beija, me xinga
Me bota mandinga

Depois faz a briga

Só pra ver quebrar
Mulher, seja leal

Você bota muita banca

Infelizmente eu não sou jornal


Mulher, martírio meu

O nosso amor

Deu no que deu

E sendo assim, não insista

Desista, vá fazendo a pista

Chore um bocadinho

E se esqueça de mim"


Falar de mulher, é falar da minha vida, dos meus obstáculos, das minhas admirações e dos meus maiores amores. A conquista dessa data - Dia Internacional da Mulher - pode significar pretensioso aos olhos de muitos, ao meu ver, não é uma data, onde duelamos com os homens, não somos melhores ou piores. Pra mim, o significado deste dia, é o resultado de uma luta contínua pelo espaço dentro da sociedade. Será que conseguimos conquistar por completa este espaço? Ainda não. Muitos passos são necessários. E hoje, a maior dificuldade é o que a própria mulher tem dentro de si: seus limites. Encarar os limites, pode ser como: sou vitoriosa ou sou perdedora. Aceitar os nossos limites, não é vergonhoso, é necessário. Só quando chegamos a tal ponto, é que conseguimos conquistar nosso espaço por completo.

MÃE. O amor eterno. Perdi meu Pai com 13 anos, e tudo até hoje, foi por mérito da minha mãe, conquistando dia após dia o melhor para mim. Minha educação, meus princípios, minha verdade, tudo vem pautado no que Ela é. Minha admiração cresce dia após dia. Uma luta constante, onde caminhamos juntas, como unha e carne. Somos uma. Nós duas para tudo. E esse tudo, coberto de amor, união, carinho e respeito. Essa Mulher não é uma simples mulher. Ela carrega em si, o conjunto completo do que é ser mãe, filha, irmã, tia, professora, conselheira, madrinha, MULHER. É o amor maior, que não existe limites para sua satisfação. Maria Geanette, obrigada por me dar a vida, e me ensinar o que é mais precioso no nosso caminhar: o amor pelo próximo.

("Mas o teu amor me cura. De uma loucura qualquer. É encostar no seu peito. E se isso for algum defeito. Por mim tudo bem...")

Eu quero se forte e corajosa, para experimentar a delícia e a dor de falar sobre o que se vem a mente. Falar abertamente do sentido que esse dia tem, não por ser o 'Dia Internacional da Mulher', e sim, a quem diretamente remete, além das grandes mulheres da minha família. Não é falta de coragem, e sim, uma forma de preservar aquilo que o coração carrega. Tudo que já vivi nessa vida, mesmo que seja pouco aos olhos de quem desconhece, é muito para mim. Foram evoluções, transformações, mudanças, desejos, avanços, que colocando na balança, mostra quem sou, e quem desejo que eu seja pra sempre.

Eu vou sempre ter em mente uma cena da minha vida, onde felizmente, jamais foi apagada, e é nela, que eu volto, quando preciso entender o que minha vida exige de mim, e o que eu quero dela. É nela, que eu me amparo, para entender o que é sentimento, o que é amor, e o que é a MULHER. Eu nunca iria conseguir decifrar tal cena em palavras. Mas fecho os olhos e consigo lembrar.. Quando um calor, refletia o meu mundo.. E o meu mundo era somente uma pessoa.. E essa pessoa teve as palavras ali ditas por mim, no primeiro dia, com a alma e o coração. Ali, eu defini o que é ser mulher, o que é amar a mulher, e o que em mim é mais vivo, o sentimento jamais esquecido - o amor. Eu te amo. O que a minha vida exige, eu não posso ter, eu perdi. Mas posso guardar, o que jamais será esquecido, os anos em que descobri como é maravilhoso ser mulher, e como é precioso desvendar cada pedaço desse mundo fantástico, ainda mais quando compartilhado com alguém que sabe o que é amor, e que entende a mulher, mais do que eu mesma entendo.

("Não há você sem mim. E eu não existo sem você")

Parabéns a todas as mulheres, que na minha vida tem lugar reservado. Que me viram crescer, que cresceram comigo, e que me fazem orgulhosa em tê-las, como avó, como tias, como irmã, como cunhada, como primas, como amigas e como lembranças.

segunda-feira, 2 de março de 2009

mangueira..

'Verde que te quero rosa'

Amor. Paixão. Sempre fui louca por carnaval. Em especial, por escolas de samba. E exclusivamente, o amor à Mangueira. Me encanta as cores e a leveza em desfiles de escolas de samba. É um mundo único, onde viajamos em enredos, contados por mestres, e ilustrados por personagens comuns, do povo. Procurava definir em mim a sensação de cada pessoa quando levava o espetáculo aos nossos olhos. E hoje, eu tenho a certeza, que toda definição construída por mim, é pequena.

Verde e Rosa. Um elo de amor. Em 1984, perto dos 3 anos de idade, eu identifiquei no Jamelão uma figura familiar, depois disso, o amor crescente, me fez delirar toda vez que o rosa se expandia, fazendo o encontro perfeito com o verde. Me emocionava com cada pedaço, podiam falar que ela estava 'feia', que estava 'ruim', mas aos meus olhos, ela era única. A Verde e Rosa me encantava com os traços marcantes, que envolviam meu coração.

Mangueira. Teu cenário é uma beleza. Esse ano, depois de 25 anos, pude entender esse elo e saber o quanto verdadeiro ele é. Eu sempre amei. Só não imaginava o quanto. Vai além do que eu calculava, foi ao limite, de eu entender, que não é simplesmente uma escola de samba, um desfile, um carnaval. A Mangueira atingiu meu coração, como uma pessoa pode atingir. A Mangueira tem vida. Tem raça. Tem força. Tem união. Me entreguei de corpo e alma ao que eu sempre carreguei no colo. Encontrei um mundo desconhecido, onde pessoas comuns se misturam aos realizadores do espetáculo. Onde somos peças fundamentais, mesmo sem imaginar.

(Cada pedacinho do Baluarte, me emociona. Cada detalhe, feito com garra, amor e união de muitos. Meu xodó. Por este, eu me entreguei.)

'A Mangueira não morreu, nem morrerá.'

Hoje, eu mudei o pensamento quanto aqueles que representavam a escola, com seus passos, com seus sorrisos, com seu samba no pé. Vivi o conceito. Aliás, vivi intensamente, antes, durante e depois, o que é representar essa escola. Entrar na avenida, não é tão simples, é a mistura de emoção, amor e paixão. Todos os maiores sentimentos explodindo, e me traduzindo qual é a maior e mais linda sensação do mundo: mostrar o seu amor a todos, expressar por sorrisos, voz e olhares, o que é paixão. E se emocionar, ao ver que tudo que você fez, valeu a pena. Agora, consigo entender todos os sorrisos, todas as lágrimas, e todo amor, eu vivi, e sei que é muito maior, do que pensamos. Uma das maiores emoções já vividas.

Deste mundo, ninguém me tira. A Mangueira é uma paixão. E esse lugar, não é disputado com ninguém. A Verde e Rosa ano após ano, intensifica o que muitos como eu sentem: o amor. Este ano, Ela se superou, me mostrando que no pior momento, igual ao atual, a união e a força conseguem superar tudo, dar a volta por cima, tem gosto de vitória. Obrigada Estação Primeira de Mangueira.


(O reconhecimento da união da nação mangueirense, em dias intensos de entrega a Mangueira, no barracão, no calor, na lágrima, e na força jamais imaginada)

'Todo o mundo te conhece ao longe,
Pelo som de teus tamborins
E o rufar do seu tambor. Chegou... ô... ô...
A Mangueira chegou, ô... ô..."

domingo, 15 de fevereiro de 2009

pausa..


Como voltar atrás quando carregamos a sensação do que vivemos está sendo um equívoco? Como interpretar uma história que não sabemos se é pra existir? De tudo que passei, com toda certeza, meu momento atual, está sendo o que mais interrogações estão sendo geradas. Não consigo decifrar o porquê da existência, já que está me acrescentando ansiedade, que me faz mal do inicio ao fim. É a tentativa de fulga, mesmo estando entregue. Será um fio criado para o grande teste? Não quero ser testada, não nessa situação. Não tenho controle de mim, quando a ansiedade me domina, e ai começa algo muito maior do que eu, a me enfraquecer: a dor.

A ansiedade me traz dor, me traz calafrios, me traz receios. A ansiedade não é um estado de espírito, é um trauma. Em mim, ela é capaz de me fazer recordar dos piores momentos que já passei e me causa as sensações onde não sei nem mesmo quem sou. Tenho dificuldade de me definir, de me entender e de compreender o próximo. Tenho dificuldade de viver. A ansiedade atrapalha diretamente minha saúde, quando me deixa perdida nos meus atos e nas minhas reações.

Para muitos a ansiedade é um acaso. Para mim é um transtorno. Ao me sentir ansiosa não consigo com uma atitude me desligar. E preciso confiar que as santas ‘pílulas’ da medicina, vão me trazer de forma calma ao estado de espírito desejado. Mas no fundo, sei que não depende somente delas, mas sim, do que estou optando para mim. Minhas escolhas refletem diretamente nos meus sentidos. A ansiedade é uma conseqüência de tudo que eu escolher.

Hoje, sinto um desvio. Desvio do que gosto e do que sou. Algo que naturalmente aconteceu e dessa forma não condeno, mas que está me mostrando diversas desvantagens e vantagens do pouco ou muito que já vivi. Estou no momento que me questiono se gosto de A ou B. Que penso como seria se estivesse presente em outro contexto, a qual eu bem entendo. Além de me pressionar a tomar uma decisão sobre o que é melhor para mim. O resultado disso tudo, é sentir dificuldade em aceitar os acontecimentos, já que o questionamento é maior do que o próprio resultado. E dessa forma, não me reconheço.

A incrível sensação de que estou num enredo errado, é o que me preocupa. Eu vivo intensamente tudo que acontece, mas me questiono quando se torna tão oposto ao habitual. E o questionamento é pra saber se o que estou vivendo é um equivoco, ou se realmente, é o que eu quero pra mim. Só espero que isso não se acabe, sem uma resposta. Ou que a resposta, seja a continuidade. Eu gosto de tudo. Dos dois opostos, e talvez, por isso, que tudo se torna um enigma.

Tenho medo de não me achar, e no final, desistir. E ser um vazio, onde minhas qualidades desapareçam e meus defeitos dominem. Tenho medo do que meu destino quer de mim.

(Da janela do meu quarto)