domingo, 2 de agosto de 2009

o ídolo..

Não posso negar meu passado, muito menos meu presente. Sou fã. Sou fã de alguns artistas. Sou fã de música. Sou fã daquilo que invade minha alma e com canções e interpretações me completam. Quem me conhece o suficiente, sabe quem são meus ídolos, e o porquê de serem. Mas sempre carreguei o medo de perder a identificação com eles, de não acreditar no que escuto, de não ver sentido em tudo que por eles são criados.

Ana Carolina. É o ponto de encontro da minha vida. Tantos anos dediquei minha vida a uma artista e em consequência aos seus fãs, onde me incluo. Poucos entendem minha visão sobre quem Ela é. Ana entrou na minha vida no início da sua carreira. Vi seu crescimento completo, arrebentando em todas as rádios, novelas, programas, em shows de 3 reais até os atuais, tão caros. Ri, dei gargalhadas, chorei, mas chorei muito, fiz piada, dei muitas entrevistas, participei do dvd, comecei namoros, terminei namoros, paguei micos, fui muito xingada, muitas viagens, fiz muitos amigos, pessoas entravam e saiam da minha vida (pela mesma porta), tive o pior acidente da minha vida, ansiedade, dor, alegria, tristeza, tantos foram os sentimentos que envolveram tudo que vivi em torno dessa artista, que impossível achar que tudo vai acabar, quando eu desejar..

Ana é uma artista completa, dentro do que eu admiro. É uma artista que consegue, quando a letra de uma canção não é tão boa, hipinotizar com sua voz. É uma artista, que quando a canção é tão forte, minimiza-se pra que todos "olhem" para a música. É uma artista que doa sua alma, seu coração e sua voz a um trabalho, mesmo que este não seja meu preferido ou o de muitos. O meu sentimento de fã, mora bem ai, quando vejo, que a Ana faz o que quer, é quem quer, independente do que os outros querem dela. E no palco, Ela simplesmente é a Ana Carolina, aquela que nunca mudou sua postura para agradar os outros. E dessa forma, sei me adaptar ao que gosto, e deixar de lado o que não gosto. Essa é a minha forma de ser fã.

Devo muito a Ana, muito mais do que imaginam. Devo o carinho, o respeito, o abraço forte de sempre, meus bons sonos, a atenção e preocupação. Devo essa visão da música, onde duelamos com nossos gostos. Hoje, eu me sinto em paz, pra dizer, que sozinha, consigo muito mais admirar a artista. Sozinha, consigo dizer sim ou dizer não, mas continuar gostando e sendo fã. O fim do Papel Fuleiro foi uma etapa necessária pra mim, e podem ter certeza que para muitos. Não sinto falta de nada, porque consigo guardar tudo de melhor que ali construi, me doando, sendo eu.

E a cada novo trabalho, a ansiedade volta, o medo de dizer 'não' ao conjunto, a vontade louca de ver aquela voz arrasar nos palcos e ter a certeza que tudo vale a pena, me vem a sensação louca dos mais de 200 shows que já fui, a sensação de que nada passa despercebido, tudo é diferente, tudo muda, tudo evolui, e precisamos nos adaptar, mesmo que não gostemos, porque a essência, a verdadeira essência, jamais muda, e basta fechar os olhos, ver o filme, e pensar que o futuro vai ser diferente, o nosso e de todos os artistas. 'Tudo se transforma'.

Acabei de ouvir o novo trabalho da Ana, N9VE, e posso dizer: obrigada, sua essência continua viva, mesmo com mudanças claras, suas palavras, melodia e voz, fazem o conjunto perfeito que desejo nos meus ídolos, que são raros. Os 10 anos de carreira de Ana Carolina não é por acaso, é simplesmente por ser uma das maiores cantoras brasileiras, que somam a voz, a música e a interpretação, dando nome a obra, dando identidade ao trabalho. É diferente, mas sedutor, gostoso e as 9 músicas dão o tom certo a obra, não precisando de qualquer uma para se completar.

'Fora, seu silêncio me devora.
Algo diz pra eu ir embora.
Não entendo seus sinais.
Mas fica com você.
A desculpa pra inventar.
Quando o riso ver ligar.
Posso não te querer mais.."

10 comentários:

Flávia Azevedo disse...

Carol assim você me mata!

Esses posts ai ai já volto aqui para postar minha opinião...rs

Flávia Azevedo disse...

Aqui estou eu novamente para me deliciar e embriagar-me nessa cachacinha muito brasileira chamada Carol Glauco. Trazida pela força habitual das tuas palavras .

Seus textos sempre de ótimo nível e com personalidade retratam coisas do cotidiano dos fãs …sentimentos tão particulares que vc entende como só você poderia e transfere para as linhas do blog como ninguém.

Ao ouvir e ão precisar dizer o temido NÃO será…orgulho? É, vejo como isso.

Um orgulho que em tese parece não ter propósito e, às vezes, até mesmo nos sentimos bobos quando nos percebemos orgulhosos.

Sentir orgulho é poder também sentir vergonha,de quem sabe poder até querer ocultar da história da tua vida momentos que nos fizeram emocionar. ( E emocionar muito como neste momento, sinto uma enorme dificuldade em escrever devido tamanha emoção ao ler).


Como sei que não irei conseguir escrever muito, lágrimas atrapalham na hora de escrever embora sejam tão necessárias.
Minha situação complicou quando comecei a ler e no meu pc começará toca Um Edifico no meio do Mundo...
Coisas da minha filha colocando um alarme para despertar, mais que me quebrou ao meio somada ao ler aqui!

Carol para você:

Com direito a letra propositalmente fragmentada e tudo!

"...Os meus olhos cheios d'agua
Seu mar vazio
Qual é o fio que nos une e nos separa?..."


'...Somos um barco no meio da chuva
Um edifício no meio do mundo
Fortes e unidos como a imensidão..."


"...Num passeio no meio da rua
Vamos dias e noites afora
Agora podemos ver na escuridão.."

Desculpe o mal jeito mas preciso muito dizer!

PUTA QUE PARIU, Parabéns pelo crescimento vc absorveu e aplicou em um curto espaço de tempo aquilo que a humanidade em sua maioria está levando séculos e não aprende!

Você conheceu e aplicou a Lei de Lavoisier, Lavoisier, estou muito orgulhosa do teu crescimento vc não sabe o quanto e te entendo? Sobre tudo o que aconteceu?

Entendo sim esteja certa disso e se não fosse pela emoção eu escreveria por dias, movida apenas pelo tanto de sentimento que eu enchergo neste texto!

“É poder ser decepcionado, e sentir mágoa, pois quem realmente se apaixona, sofre.”

Flávia Azevedo disse...

O engraçado é quando tomamos consciência de pequenas manias e festinhas interiores quando nos deparamos com algo que talvez seja apenas nosso, que talvez apenas nós percebamos com tal intensidade: a que nos faz arrepiar. Não importa se a emoção vem da pintura, do sentimento, do olhar de um amigo, do sofrimento que alimenta essa tua alma de poeta ainda reprimida.
Enfim a EMOÇÃO para os sensíveis Carolina vem de muitos lugares e até mesmo para quem cresceu como você da voz de ANA CAROLINA. Por alguns motivos começo meio a não conseguir muito separar várias coisas das nossas histórias e passa um filme na minha cabeça, NOSSA!


Emocioney muito chega acabou para mim!

Carol Freitas disse...

Realmente o tempo passa, mas a gente sabe que alguma coisa sempre há de ficar. Que bom que o ficou te possibilita ser imparcial e crítica, sem deixar de ser grande admiradora.

Belo texto =)

Érika Lima disse...

Carol amei tudo oq vc escreveu..
Vc conseguiu dizer exatamente aquilo q eu sinto..aquilo q eu penso. Me emocionei muito, pois em muitos momentos do seu texto, me vi ali presente, mesmo não tendo vivido os seus momentos e não ter vivido da mesma forma q vc viveu. Mas vc disse cada letra, cada palavra com muita sinceridade, tudo saiu muito puro e verdadeiro. Realmente me emocionei muito, e me fez muito bem ler aquilo q em alguns momentos da minha vida, eu quis dizer e não sabia como.
Acho q a Ana merece tudo isso q vc escreveu! Parabéns! Bjs =]

Fernando Fragas disse...

Minha querida.

Compartilho desse medo da perda da identificação com o artista. É difícil não tê-lo. Afinal de contas, começamos a admirar alguém pelo seu estilo. Com os cantores é assim, eles criam sua identidade musical, aquilo que os diferencia de tantos e tantos que vemos por aí. A Ana tem a sua marca. Mudanças são tão naturais na vida de tanta gente. Será que há cinco anos você imaginaria ser como é hoje? Hoje me pego em lembranças e vejo que tanta coisa mudou, mas que sou o mesmo na essência.
O artista é assim mesmo, ele muda, ele acerta, ele erra. Não vou cair no clichê de fazer uma citação do "Avesso dos Ponteiros" aqui, pode deixar.
Enfim, estou ansioso por esse novo trabalho e mais ainda pelo novo show. No palco, ainda vejo a mesma Ana de 2001, quando a assisti pela primeira vez.

Beijos enormes, cheios de saudades!

Camila Balzan disse...

Carol!Ninguem escreveria melhor. Perfeita!

Daniel Silva disse...

Belo post. É legal quando a gente se identifica com algo, uma música, uma banda, um cantor, que seja. Emociona mesmo.

O último post do meu blog é sobre a Ana Carolina também. Dá uma olhada lá.

Abraço

Veluma Nunes disse...

Menina ,to embriagada como diz a flavinha , rs.
Eu particularmente nunca fui e nem pretendo ser fã assim , gosto do trabalho da Ana , mas acho que tem muita gente boa por ae tbm , e tenho medo de não ser tratada como mereço. Eu já fui mais Carolinista , hoje sou uma ouvinte apenas. Mas a forma em que vc passa suas verdades, a força que vc se esforça , a facilidade com as palavras , são realmente coisas fora do comum. rs,
veem cá , vc é a menina que tá no dvd estampado é?
Beijocaas! sua "fã"! ( risos)

Daniela Sampaio disse...

Ah, Carol...

"Cachacinha brasileira", embriaga-me com tuas palavras, faz-me enxergar com tua visão, faz-me calar com tua verdade...

Em meus olhos, escorre a prova do teu estalo em meu coração... e em minha alma.


Ah, Carol... Onde eu estava, que não aqui?