terça-feira, 29 de setembro de 2009

Bons ventos sempre chegam...




.. E para que eles cheguem, temos que nos permitir. E mais do que nos permitir, é entender que nossa felicidade depende exclusivamente de nossos atos. Tive que errar muito, cair, pra poder levantar, e aprender que para me reconstruir é necessário viver, viver intensamente cada passo. Estando disposta sempre a cometer novos erros, mas jamais os mesmos.

Ando sorrindo pelos cantos. Cantarolando canções que me trazem paz. De forma sincera, meu coração resolveu bater, sem medo, e com todo controle possível! Acho que pela primeira vez, consegui controlar os impulsos e saber onde estão meus pés.. E dessa forma, o caminho se torna mais gostoso.


“O essencial é invisível aos olhos.”

Ainda preciso de muita coisa pra conseguir chegar aonde desejo, me entregar totalmente ao que me faz bem, ao que tem me feito sorrir. Consigo principalmente, lembrar que tudo se renova, tudo se transforma. E para isso, preciso deletar da minha vida aquilo que há tantos anos ficaram pra trás, mas que carrego dentro de mim. Eu vou conseguir, sou capaz!

O meu desejo é maior do que carrego. E viver é bom demais, pra deixar o tempo estacionado. E se conseguiram invadir meus sentimentos, eu permito, com o coração totalmente aberto.

"Viver é bom demais. Ninguém vai me prender.."



segunda-feira, 21 de setembro de 2009

bienal..


Bienal do Livro é um ritual. Impossível deixar de ir, sabendo que está acontecendo. É como deixar de ir ao médico, já que a leitura é um remédio pra mim. Pisar naquele santuário, seja no Rio ou em São Paulo, é como renovar energias, sentir o cheiro de palavras, e se alimentar de grandes autores com suas lindas e significativas obras.

A cada passo, nos surpreendemos com algo diferente, é um estande que nos faz ficar parada horas, ou alguma grata surpresa aos nossos olhos, como dar de cara com um homem que durante a sua vida teve tanto significado. Ou mesmo, quando sento no chão para admirar a passagem constante de pessoas com sacolas cheias de conhecimento, de vida. Dentro dessa paixão, gosto de ficar admirando o desconhecido. Sempre carrego comigo algo diferente, que jamais tinha visto, mas que de alguma forma me tocou.

Lógico que Dona Canô não é desconhecida, muito menos um dos brilhantes livros que fizeram sobre Ela. Só que, o Estande do Ministério da Cultura da Bahia, me encantava em todos os sentidos. Ver reunido todos os autores bahianos foi muito bom. Era ver como rico nosso país é, mas poucos valorizam. Fiquei com a sensação que todos os Estados deveriam fazer o mesmo. E proporcionar aos que pisam na Bienal, a sensação de saber como em todo lugar, temos a palavra como sentido. Falei de Dona Canô, pois acabei comprando o livro, e saindo satisfeita depois de uma breve conversa com o Secretário da Cultura da Bahia. Foi uma feliz surpresa, e eu diria, que um dos melhores estandes da Bienal.

Dentre tantas e gratas alegrias, eu carrego uma comigo que desfruto de vez enquando. Já tem alguns anos que eu encontro o Ziraldo na Bienal. E pra mim, é sempre emocionante. Dar de cara pelo responsável por tantos momentos da minha infância, é gratificante. Vê-lo diante tantas crianças, é a certeza que Ele atribui muito sentido a nossa cultura, ao nosso mundo, e aos livros. Eu sempre me emociono, e não foi diferente. Olhar o Ziraldo, é relembrar momentos de uma infância feliz. Acho que com Ele, meu gosto pelos livros começou. E até hoje, Ele consegue tirar de mim o sorriso emocionado. A presença dele é iluminada. Faz a diferença em toda bienal.

Enfim, sai realizada. Ganhei um livro lindo do Ziraldo: "Histórias de Carolina", comprei o da Dona Canô. E mais alguns outros, que encontrei num saldo absurdamente instigante (fiquei doida). E agora, é a hora de devorá-los, desfrutá-los, permitir a cultura invadir.. seja como for!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

cruz e a espada


Não sou medrosa, mas sempre busquei tomar decisões pautadas nos riscos. E acho que isso é normal para todos que alimentam sonhos e vontades, mas paralelamente, tem que viver o dia a dia, e bater de frente com dúvidas, receios e mesmo assim, continuar desejando ir longe.

Cheguei ao ponto da minha vida, onde busco respostas, e me cobro demais. Minha vida profissional pode mudar, do dia pra noite, levando sonhos, vontades e intenções. Sempre carreguei o sonho, sonho tão vivo dentro de mim, que já estudava para isso. Mas fui impedida pelo acidente, de continuar idealizando o mesmo, já que seria impedida. Tive que alimentar vontades, ter a certeza de que tudo acabou, e que um novo começo deveria ser traçado. É dificil, porque mexe com expectativas, e com o incerto.

Com o fim de um sonho, nem novos planos sou capaz de traçar, e ai vou vivendo, deixando que as coisas aconteçam, até que outra coisa me domine, mesmo que não seja tão sonhado. Ao entrar como estagiária da Receita, não tive muito gosto, mas sempre procurava aprender. Ao retornar, depois de um ano, descobri outra parte de mim, uma paixão avassaladora por tributos, por tudo que assim está envolvido, e principalmente, o direito tributário. Percebi que um novo sonho estava começando a nascer, e de forma mais forte ainda. Dei todas as chances a mim mesma para alimentá-lo, e hoje, ele já é mais vivo, do que o inicial. Me envolvi ao máximo, aprendi o quanto pude, e tentei superar o campo que um estagiário dá, já que é tão limitado e consegui.

Meu estágio terminou, e com ele, o desespero apareceu. Tudo que eu desejava era continuar nesse constante aprendizado, estudando paralelamente, até conseguir estar aqui não mais como estagiária, e sim concursada. A Receita, e algumas pessoas fazem parte desse processo, me trouxeram vontade e sede de mudar, de inovar e vencer. Uma semana em casa foi o suficiente para me preocupar, e o medo do que não podia acontecer chegou a invadir. Até que meu telefone tocou, e hoje estou de volta, em um novo setor, numa nova etapa, e o principal, efetivada. Mas meu sonho vai além, e só depende da minha capacidade em estudar.

Paralelo a isso veio o anúncio de uma nova oportunidade, que muito me assustou, mais que é tentadora em todos os sentidos. Fiz uma entrevista, por convite de uma advogada assídua na Receita, para uma multinacional, onde irei exclusivamente trabalhar com tributos, ou seja, continuarei realizando o meu sonho, envolvida com a área tributária, e vivenciando cada dia mais o que tanto quero para minha vida. Tenho dois dias para dar a resposta.

Me vejo entre a cruz e a espada. O poder público ou o poder privado. Receita Federal ou uma multinacional. Cobrar contribuinte ou defender contribuinte. Começar uma luta diária de não te passarem a perna ou continuar vivendo uma certeza que daqui só saio para retornar concursada. É tão pesada á decisão, é tão difícil. É projetar um sonho de duas formas, é investir nele. Estou com duas portas abertas, só que ambas, traçam caminhos diferentes, e tenho que decidir em dois dias, qual caminho eu quero pro resto da minha vida.

E agora, José?

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

susto.

Um susto. Tudo nessa vida acontece por acaso, e não seria diferente comigo. Ah, ainda mais comigo! Tudo acontece quando menos espero! Tive um fim de semana inesperado. Daqueles que jamais desejamos. De um lindo show a um triste hospital. E que diretamente recordei do pior momento da minha vida..

"Se eu não me controlo, ninguém fará por mim, e assim foi, tive a última crise até hoje, mas radical. Dolorosa. Triste. Onde tive que enfrentar a pior dor do mundo, a dor de reação, a dor do medo, a dor do nosso corpo por um fio.

Nunca estamos preparadas pra uma coisa tão grande em nossas vidas. Um mês vivido num quarto de hospital. Muita superação, mas a realidade que tudo era por minha culpa, estava ali como resposta a anos de rebeldia, anos de falta de cuidado com o que realmente tinha. Ali eu vivi um filme, um filme longo. Cada dia era uma esperança diferente, dores que não queremos sentir, mas eram apresentadas a cada hora que passava. Poderia fazer uma conta maluca, foram 35 dias numa cama, foram 840 horas, foram 280 injeções de morfina não desejadas no meu corpo. E o principal, entrar numa sala cirúrgica sem saber o meu destino, se minhas pernas iriam ter vida, ou se eu seria condenada a uma cadeira. E fui ainda visitar o ‘CTI’, aquele não desejado, mas obrigatório. E me senti no episódio do Plantão Médico, quando somente um grito eu ouvia: volta Carolina, volta Carolina, vamos viver! Foram três litros de sangue, até eu finalmente acordar. Eu acordei, e senti minhas pernas, eu acordei e não senti dores. Eu acordei e vi que não podia mais brincar com a vida. Foram os dias mais tristes da minha vida, porém ao ‘acordar’ foi como o melhor presente ganho: o direito de ir e vir estava restabelecido em ‘partes’." - No aeroporto de Miami, 12/08/08.

Impossível não lembrar de tantas coisas, ao entrar num hospital, e ser internada. Impossível não sentir medo. Impossível não lembrar de tanta dor, quando a dor ta sufocando. De emergência para o quarto de um hospital não é um acaso, não é um hobby. É a invasão de uma dor incontrolável e de um suposto problema se instaurando. E quando menos espero, escuto a palavra terrível: morfina + tramal + profenid - de uma vez só. Tudo que preciso, para lembrar que quando chega a essa etapa, é porque a coisa está preta. Enfermeiras lembrando de mim, vindo dar oi, e avisando que estarão presentes comigo novamente! NÃO! Definitivamente, não quero isso!

Descobri que minha maior limitação, é meu medo. E um medo que não sabia ser tão grande. Adquiri um trauma, que nem passava pela minha cabeça. Pois bem, hospitais pra mim, se traduzem em medo. Fico apavorada em pensar que aquela cama me espera, e aquelas enfermeiras me aguardam. Fico desesperada ao ser colocada numa maca, como um objeto que vai ser utilizado por máquinas e médicos (eu vejo tudo ao contrário). Minha dor não é comum. Eu não reclamo de dor. Eu não vou ao hospital se não for extremamente necessário. JAMAIS. Ninguém vai me ver falar sobre dor, caso ela não seja a pior possível. E realmente, eu to com muita, mas muita dor. Tive alta. Com a suspresa mais detestável possível: eis que surge uma hérnia de disco entre dois dos meus parafusos (tenho 6), e não posso jamais pensar em cirurgia (último caso). E agora Deus? É repouso absoluto. Remédios, médicos, fisioterapia e tudo que 'Eles' mandarem. Só que esse tudo, pode ser tudo mesmo.

Minha dor é a do medo. Estou apavorada. Não consigo me imaginar dias naquela cama, naquele ambiente, naquele lugar.. To esgotada.