domingo, 15 de fevereiro de 2009

pausa..


Como voltar atrás quando carregamos a sensação do que vivemos está sendo um equívoco? Como interpretar uma história que não sabemos se é pra existir? De tudo que passei, com toda certeza, meu momento atual, está sendo o que mais interrogações estão sendo geradas. Não consigo decifrar o porquê da existência, já que está me acrescentando ansiedade, que me faz mal do inicio ao fim. É a tentativa de fulga, mesmo estando entregue. Será um fio criado para o grande teste? Não quero ser testada, não nessa situação. Não tenho controle de mim, quando a ansiedade me domina, e ai começa algo muito maior do que eu, a me enfraquecer: a dor.

A ansiedade me traz dor, me traz calafrios, me traz receios. A ansiedade não é um estado de espírito, é um trauma. Em mim, ela é capaz de me fazer recordar dos piores momentos que já passei e me causa as sensações onde não sei nem mesmo quem sou. Tenho dificuldade de me definir, de me entender e de compreender o próximo. Tenho dificuldade de viver. A ansiedade atrapalha diretamente minha saúde, quando me deixa perdida nos meus atos e nas minhas reações.

Para muitos a ansiedade é um acaso. Para mim é um transtorno. Ao me sentir ansiosa não consigo com uma atitude me desligar. E preciso confiar que as santas ‘pílulas’ da medicina, vão me trazer de forma calma ao estado de espírito desejado. Mas no fundo, sei que não depende somente delas, mas sim, do que estou optando para mim. Minhas escolhas refletem diretamente nos meus sentidos. A ansiedade é uma conseqüência de tudo que eu escolher.

Hoje, sinto um desvio. Desvio do que gosto e do que sou. Algo que naturalmente aconteceu e dessa forma não condeno, mas que está me mostrando diversas desvantagens e vantagens do pouco ou muito que já vivi. Estou no momento que me questiono se gosto de A ou B. Que penso como seria se estivesse presente em outro contexto, a qual eu bem entendo. Além de me pressionar a tomar uma decisão sobre o que é melhor para mim. O resultado disso tudo, é sentir dificuldade em aceitar os acontecimentos, já que o questionamento é maior do que o próprio resultado. E dessa forma, não me reconheço.

A incrível sensação de que estou num enredo errado, é o que me preocupa. Eu vivo intensamente tudo que acontece, mas me questiono quando se torna tão oposto ao habitual. E o questionamento é pra saber se o que estou vivendo é um equivoco, ou se realmente, é o que eu quero pra mim. Só espero que isso não se acabe, sem uma resposta. Ou que a resposta, seja a continuidade. Eu gosto de tudo. Dos dois opostos, e talvez, por isso, que tudo se torna um enigma.

Tenho medo de não me achar, e no final, desistir. E ser um vazio, onde minhas qualidades desapareçam e meus defeitos dominem. Tenho medo do que meu destino quer de mim.

(Da janela do meu quarto)

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

energias..


"(...) Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.

Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo.
Receba em teus braços o meu pecado de pensar." C.L.

Nunca tive medo da solidão em si. Sempre carreguei medo de estar rodeada por pessoas e me sentir triste. Tenho medo de pessoas. Sou fraca quando está em jogo sentimentos. Peco por gostar demais, por esperar do próximo, tudo que sou capaz de fazer por Ele. Erro constantemente. Vivo num mundo onde a decepção está sempre batendo a minha porta, e cabe a mim interpretá-la.

Quando falo de interpretação, falo de aceitação. Aceitar o inesperado. É o sentimento se esvaziando, se perdendo. E logo a minha fragilidade caindo em pedaços. Quando me sinto frágil, é quando consigo perceber que fui invadida pelo medo. E ai, encontro a ligação do medo e os sentimentos. O resultado, é sempre me sentir só. Seja como, e quando, me sinto desnorteada quando vejo que estou fraca por conta dos meus sentimentos. Sou feita de carne e osso, e dessa forma, quando algo me invade, me invade por completo, fazendo com que tudo se torne grande ou pequeno, dependendo da situação.

O medo das pessoas, é o fator gerador de tudo isso. Pessoas são capazes de distruir de um dia pro outro, o que temos de melhor: nossa paciência. São capazes de interferir o que cultivamos: nossa energia. E na maioria das vezes, interferem diretamente nas nossas palavras. Só que o medo pode existir, mas não me dominar. Cabe somente a mim, o controle disso tudo. Sou eu que dito as regras, sou eu que permito a entrada e saída de pessoas, de sentimentos. Cabe a mim, me fortalecer dia após dia, para combater qualquer queda. Sou eu que determino se me sentirei só. E por pessoas serem essenciais a vida, sendo responsáveis pelos bons e ruins sentimentos, é que sem qualquer receio, faço do meu mundo, o de pessoas boas. Na minha vida, só entra quem eu permito.

Uma sábia amiga, sempre me diz: 'Confie em mim. Não aceite essas energias'. E sabe de uma coisa? Ela está mais do que certa. Agradeço por tê-la em minha vida!

Da lágrima, faço o riso!

domingo, 8 de fevereiro de 2009

o grande amor...

'Se há dores tudo fica mais fácil
Seu rosto silencia e faz parar
As flores que me manda são fato
Do nosso cuidado e entrega
Meus beijos sem os seus não dariam
Os dias chegariam sem paixão
Meu corpo sem o seu uma parte
Seria o acaso e não sorte'

Eu já cantei essa música. Já chorei ouvindo essa música, já cantei para quem tanto amei. E com ela, entendi, que posso ter um amor ou vários. Mas que cada música só cabe a uma única pessoa. Trilha sonora não empresto, não divido e não uso com quantas pessoas desejar. Cada pessoa carrrega um tom, esse tom carrega sentimentos. Estes que variam de pessoa para pessoa.

Eu carrego a sensação que já vivi meu grande amor. Um amor intenso, verdadeiro, forte. Um amor carregado de coisas boas. Um amor onde momentos e música faziam o fundo. Um amor onde duas pessoas se entregaram a vida, sem medo do amanhã. Durante todo esse período, eu fui a pessoa mais feliz. Eu sorria da mesma forma que chorava. Eu lembro de como e quando disse e escutei pela primeira vez: 'Eu te amo'. Foi mágico, especial, e inesperado.

Cada detalhe dessa pessoa me trazia força. A coragem de enfrentar o mundo era sempre maior. Eu não cansava de demonstrar meu amor, mesmo com tantos erros comuns a uma pessoa, e mais ainda a mim. Eu não esperava muito, e achava que o amor era visível, forte e verdadeiro. Foi um amor onde ninguém duvidava desse sentimento, tanto do meu, quanto da outra parte. Eramos um, verdadeiramente um. Era um amor, onde depositava todas as fichas, onde a palavra eu, se tornou nós. Era o meu grande amor.

E eu acreditava que era pra sempre.. Eu vivi um grande amor. Talvez o maior da minha vida. E isso não significa que para a outra pessoa, seja o maior amor. Ele se acabou. Mas em mim ficou tudo de melhor que construímos. Nenhum outro amor será o que chamo e guardo como meu 'grande amor'. Esse foi único. Este amor se transformou em lembrança, uma das melhores que carrego.

Eu já vivi um grande amor. E como este, nunca mais viverei.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

razão x emoção..

(Antes de escrever, cito que estou ansiosa. Tenho transtorno de ansiedade, e no meu caso é patológico. Talvez assim, eu mesma venho a compreender o que me levou a escrever sobre isso.)

O grande desafio que é a vida..

O que sou? Sou o que vejo, ou o que penso? Sou o que enxergam ou o que imaginam? Sou ações ou sentimentos? Sou razão ou emoção?

A razão me leva ao questionamento real, e não imaginário. Na razão, deixo de lado o que sinto, para questionar o que é certo ou errado. Não me guio pelo instinto, me guio pelas regras. A razão é absoluta. Ao decidir ser racional, esqueço as emoções, e dessa forma, me entrego ao mundo onde as reflexões são feitas, com o objetivo de desafiar os meus próprios sentimentos. Na razão tenho conhecimento de mim mesma e domino todas as minhas atitudes.

A emoção me impulsiona a ação. É um estado neurológico, onde me entrego a dramatização da vida. Não coloco na balança os acontecimentos, me entrego as definições extraídas do que sinto. Meu sistema afetivo interage com a emoção, determinando o que é o certo ou errado para o momento. Na emoção, não carrego parâmetros, e me entrego a um fantástico mundo de especulações, de incertezas e principalmente, de ter ciência que o resultado pode não ser o esperado, já que não meço meus passsos.

Sempre fui questionada, em deixar de ser emocional, e ser racional. Consegui trabalhar a racionalidade em mim, e o resultado tem sido satisfatório, já que visualizei, invés de vivenciar, o que é a emoção. A razão me levou a decisões coerentes e sem espaço para qualquer dúvida. A emoção sempre me fez voltar atrás, para questionar a dúvida. A razão me fez crescer, enquanto a emoção me estabilizava.

Ao criar um paralelo entre ambos, carrego um intenso medo de não conseguir ser racional no momento certo. A emoção me dominou, por não questionar intensamente as situações, perdi o equilíbrio de ambos. E por isso, quando consigo ser racional, vejo que estou dando uma festa dentro de mim. Uma festa por ter domínio dos meus sentimentos, e até mesmo do sentimento emoção, e o principal: o domínio da situação.

E com o jogo da vida, aprendo que nem toda emoção é boa de se sentir; e nem toda razão é forte demais para aguentar. Se eu encontrar o equilíbrio, já me dou por satisfeita.

"Ando tão à flor da pele,
Que qualquer beijo de novela me faz chorar
Ando tão à flor da pele,
Que teu olhar "flor na janela" me faz morrer
Ando tão à flor da pele,
Que meu desejo se confunde com a vontade de não ser
Ando tão à flor da pele,
Que a minha pele tem o fogo do juízo final"


P.S: 'Devemos entender ansiedade como fenômeno animal que ora nos beneficia ora nos prejudica, dependendo da circustânica ou intensidade, podendo tornar-se patológica, isto é; prejudicial ao nosso funcionamento psíquico (mental) e somático (corporal), aí passamos a considerá-la como um transtorno.'