Como voltar atrás quando carregamos a sensação do que vivemos está sendo um equívoco? Como interpretar uma história que não sabemos se é pra existir? De tudo que passei, com toda certeza, meu momento atual, está sendo o que mais interrogações estão sendo geradas. Não consigo decifrar o porquê da existência, já que está me acrescentando ansiedade, que me faz mal do inicio ao fim. É a tentativa de fulga, mesmo estando entregue. Será um fio criado para o grande teste? Não quero ser testada, não nessa situação. Não tenho controle de mim, quando a ansiedade me domina, e ai começa algo muito maior do que eu, a me enfraquecer: a dor.
A ansiedade me traz dor, me traz calafrios, me traz receios. A ansiedade não é um estado de espírito, é um trauma. Em mim, ela é capaz de me fazer recordar dos piores momentos que já passei e me causa as sensações onde não sei nem mesmo quem sou. Tenho dificuldade de me definir, de me entender e de compreender o próximo. Tenho dificuldade de viver. A ansiedade atrapalha diretamente minha saúde, quando me deixa perdida nos meus atos e nas minhas reações.
Para muitos a ansiedade é um acaso. Para mim é um transtorno. Ao me sentir ansiosa não consigo com uma atitude me desligar. E preciso confiar que as santas ‘pílulas’ da medicina, vão me trazer de forma calma ao estado de espírito desejado. Mas no fundo, sei que não depende somente delas, mas sim, do que estou optando para mim. Minhas escolhas refletem diretamente nos meus sentidos. A ansiedade é uma conseqüência de tudo que eu escolher.
Hoje, sinto um desvio. Desvio do que gosto e do que sou. Algo que naturalmente aconteceu e dessa forma não condeno, mas que está me mostrando diversas desvantagens e vantagens do pouco ou muito que já vivi. Estou no momento que me questiono se gosto de A ou B. Que penso como seria se estivesse presente em outro contexto, a qual eu bem entendo. Além de me pressionar a tomar uma decisão sobre o que é melhor para mim. O resultado disso tudo, é sentir dificuldade em aceitar os acontecimentos, já que o questionamento é maior do que o próprio resultado. E dessa forma, não me reconheço.
A incrível sensação de que estou num enredo errado, é o que me preocupa. Eu vivo intensamente tudo que acontece, mas me questiono quando se torna tão oposto ao habitual. E o questionamento é pra saber se o que estou vivendo é um equivoco, ou se realmente, é o que eu quero pra mim. Só espero que isso não se acabe, sem uma resposta. Ou que a resposta, seja a continuidade. Eu gosto de tudo. Dos dois opostos, e talvez, por isso, que tudo se torna um enigma.
Tenho medo de não me achar, e no final, desistir. E ser um vazio, onde minhas qualidades desapareçam e meus defeitos dominem. Tenho medo do que meu destino quer de mim.