Meu mundo não cabe inveja. Ela me machuca, me magoa, me irrita. A pessoa invejosa pode ser capaz de tudo para atingir seu objetivo. A inveja caminha com o egoísmo. O egoísmo é o reflexo de unitário. E ser unitário é não pensar em nada mais do que a si mesmo. A inveja dói. Dói, principalmente, já que penso em pró do coletivo, e prefiro dividir aquilo que posso, do que desejar o alheio, que não me cabe.
Meu mundo não cabe 'ódio'. Com todo respeito aos sentimentos conceituados, esse nome por si só, não existe no meu dicionário. Tal palavra me causa ânsia. O sentimento me causa nojo. Por consequência, jamais alguém vai me ouvir falar tal palavra e muito menos sentir. A negatividade que tudo isso traz, não existe em mim, e tenho repúdio a tudo que o envolve. E saibam, quando ao meu lado, essa palavra for dita, certamente, me sentirei mal. Negativo.
Meu mundo não cabe mentiras. 'Mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira', penso que quem mente, não se conhece. Falo das mentiras que causam eco, e assim os domina. As mentiras que não tem proporção e muito menos sentido. Quem mente, não consegue ter elo com a verdade. Sufoca com sua própria corda, e se desconhece. Afinal, quem mente, não respeita o próximo, como irá se respeitar?
Meu mundo não cabe falsidade. Falo da falsidade no caráter. Aqueles que se disvirtuam no seu próprio eu, e não sabem conviver com o próximo sem tirar algum proveito, perdendo o sentido em atitudes ou mudando constantemente de ideais. Ideais pessoais, se projetam no convívio alheio, no dia a dia, no que mostram ser. Mudanças são necessárias, mas o caráter deve ser o mesmo do inicio ao fim. A omissão não cabe no caráter. Só temos um, e se esse não funciona, nada mais funcionará.
Meu mundo não cabe burrice. A burrice comprada. Burrice que ultrapassa os limites da educação/dinheiro/Governo/Família. Não consigo conviver com os que tiveram oportunidade de adquirir conhecimento, mas preferiram se entregar ao ócio, ou não compartilhar das idéias alheias. Admiro os que lutam por dignidade, sem saber o alfabeto. Admiro quem corre atrás do pão, sem conseguir estudar. Admiro quem vai e vem, em busca de conhecimento, sem ter um livro. Mas não consigo admirar quem tudo tem, e nada faz. A burrice é o pior inimigo do homem, ele se entrega, e ao se entregar, desiste de si mesmo.
Meu mundo não cabe injustiças. Sou justa, acredito que a noção do que é justo, varia de pessoa pra pessoa. Mas em função do nosso caráter, dos nossos princípios, da nossa família e principalmente, do que encaramos na nossa formação, temos a definição do que é justo para nós. Minha noção é uma: 'Não faça a outros aquilo que você não deseja que outros façam a você'. É dessa forma que carrego comigo o que posso fazer, e de que forma não serei injusta. Ser justa é o meu caráter dando a resposta as situações da vida.
Meu mundo é pequeno, e só tem lugar reservado, os que me acrescentam sentido. Os demais, são espectadores, que tem de mim: respeito, carinho e atenção, mas não tem a Carolina. E posso afirmar, é preferível não me ter, sou complexa demais, e essa complexidade, em certos momentos pode se tornar indesejável. Por isso tanta admiração pelos que realmente me conhecem.
Escrever, acrescenta sentido a mim, é desafiar meu eu. Cada palavra carrega muito do que sou, mas o resultado final, nunca me define...