quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

minha alma



"Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros."

Minha alma precisa de repouso. Oras a reconheço, e outras não sei como a encontrar. Minha alma chora, sorri, grita, silencia, descansa sem ao menos avisar. Se perde entre pensamentos e desejos, que duelam com a dúvida e o medo. Minha alma não esquece de agir, quando esqueço de admirá-la. Mas as vezes entristece, quando olho para Ela. Quer ser tranquila, mas vive a intensa dificuldade de estar correndo, de forma agitada, e tentando sempre alcançar um ponto desconhecido. Minha alma é estranha, faz duelo de sentimentos sem me avisar. Chora quando deve sorrir. Sorri quando deve chorar. Minha alma é quem define como e quem sou, essa dificuldade completa de entender o meu interior, essa reunião de exageros, ansiedades, sentimentos e medos. Mas quem eu seria se minha alma confusa não me definisse? Não sei. Mas me recuso a ser outra. Vou duelando comigo mesma, me achando e me perdendo, mas vivendo.




Minha alma ama Clarice Lispector, e chora ao senti-lá.