quarta-feira, 2 de setembro de 2009

susto.

Um susto. Tudo nessa vida acontece por acaso, e não seria diferente comigo. Ah, ainda mais comigo! Tudo acontece quando menos espero! Tive um fim de semana inesperado. Daqueles que jamais desejamos. De um lindo show a um triste hospital. E que diretamente recordei do pior momento da minha vida..

"Se eu não me controlo, ninguém fará por mim, e assim foi, tive a última crise até hoje, mas radical. Dolorosa. Triste. Onde tive que enfrentar a pior dor do mundo, a dor de reação, a dor do medo, a dor do nosso corpo por um fio.

Nunca estamos preparadas pra uma coisa tão grande em nossas vidas. Um mês vivido num quarto de hospital. Muita superação, mas a realidade que tudo era por minha culpa, estava ali como resposta a anos de rebeldia, anos de falta de cuidado com o que realmente tinha. Ali eu vivi um filme, um filme longo. Cada dia era uma esperança diferente, dores que não queremos sentir, mas eram apresentadas a cada hora que passava. Poderia fazer uma conta maluca, foram 35 dias numa cama, foram 840 horas, foram 280 injeções de morfina não desejadas no meu corpo. E o principal, entrar numa sala cirúrgica sem saber o meu destino, se minhas pernas iriam ter vida, ou se eu seria condenada a uma cadeira. E fui ainda visitar o ‘CTI’, aquele não desejado, mas obrigatório. E me senti no episódio do Plantão Médico, quando somente um grito eu ouvia: volta Carolina, volta Carolina, vamos viver! Foram três litros de sangue, até eu finalmente acordar. Eu acordei, e senti minhas pernas, eu acordei e não senti dores. Eu acordei e vi que não podia mais brincar com a vida. Foram os dias mais tristes da minha vida, porém ao ‘acordar’ foi como o melhor presente ganho: o direito de ir e vir estava restabelecido em ‘partes’." - No aeroporto de Miami, 12/08/08.

Impossível não lembrar de tantas coisas, ao entrar num hospital, e ser internada. Impossível não sentir medo. Impossível não lembrar de tanta dor, quando a dor ta sufocando. De emergência para o quarto de um hospital não é um acaso, não é um hobby. É a invasão de uma dor incontrolável e de um suposto problema se instaurando. E quando menos espero, escuto a palavra terrível: morfina + tramal + profenid - de uma vez só. Tudo que preciso, para lembrar que quando chega a essa etapa, é porque a coisa está preta. Enfermeiras lembrando de mim, vindo dar oi, e avisando que estarão presentes comigo novamente! NÃO! Definitivamente, não quero isso!

Descobri que minha maior limitação, é meu medo. E um medo que não sabia ser tão grande. Adquiri um trauma, que nem passava pela minha cabeça. Pois bem, hospitais pra mim, se traduzem em medo. Fico apavorada em pensar que aquela cama me espera, e aquelas enfermeiras me aguardam. Fico desesperada ao ser colocada numa maca, como um objeto que vai ser utilizado por máquinas e médicos (eu vejo tudo ao contrário). Minha dor não é comum. Eu não reclamo de dor. Eu não vou ao hospital se não for extremamente necessário. JAMAIS. Ninguém vai me ver falar sobre dor, caso ela não seja a pior possível. E realmente, eu to com muita, mas muita dor. Tive alta. Com a suspresa mais detestável possível: eis que surge uma hérnia de disco entre dois dos meus parafusos (tenho 6), e não posso jamais pensar em cirurgia (último caso). E agora Deus? É repouso absoluto. Remédios, médicos, fisioterapia e tudo que 'Eles' mandarem. Só que esse tudo, pode ser tudo mesmo.

Minha dor é a do medo. Estou apavorada. Não consigo me imaginar dias naquela cama, naquele ambiente, naquele lugar.. To esgotada.

7 comentários:

Anônimo disse...

Minha amiga, não tenha medo. Na verdade, é só aprendermos a conviver com ele, pois só com o medo se tem a coragem...um está intimamente ligado ao outro. Você é forte, guerreira e saberá tirar isso de letra. Te amo sempre. Da sua amiga de coração e de hérnia.

Joana disse...

Carol, não sabia que estavas doente.Sei que é chato de ouvir,mas tenha paciência, e trabalhe este seu medo com um terapeuta, para não ser tão doloroso!
Estou torcendo por vc e sempre ao seu dispor.
Um grande abraço.

Unknown disse...

Poxa Carolina,que angústia me deu ao ler teu post!!!! Imagino e seu perfeitamente o que sentes...Sou tecnica de enfermagem e convivo com isso a 9anos precisos dentro de uma uti! Por amor a profissão resolvi tb me graduar nessa área e tô concluindo o nivel superior em enfermagem e te digo: Hospital é sim um lugar que amendronta,pelo simples fato do novo,de não saber o que nos espera em termos de diagnóstico,mas por outro lado,quantas vidas eu já vi serem retomadas,nossa!!!!!! MUITAS! e é muito gratificante....Imagino o trauma que vc tem,mas tente não criar essa imagem negativa. Tudo na vida tem um porquê e nada acontece por acaso! Espero de coração que vc nunca mais tenha que passar por uma experiência tão dolorosa e não tenha medo,não sinta medo,gostaria de uma forma ou de outra poder te ajudar,direta ou indiretamente. Fica c Deus...Muita paz pra vc!!!!!bj.

Unknown disse...

Querida Carol!

Posso imaginar o q vc deve estar passando, esse medo todo a q se referiu, não deve ser fácil nem p vc e nem p sua mãe e familiares q a amam tanto.
Mais Deus é onipotente e sei q vc crê nele cegamente, sei disso.
ELE não ha de te desamparar em uma hora tão delicada como essa.
E essa Hérnia de Disco ha de desaparecer do seu corpo pq realmente ali não é o lugar dele!
Não perca a fé amiga! NUNCA!!!

Estou rezando muito por vc!

Beijos querida!!!

Lulinha disse...

Carol, não sei o quanto grave a hérnia é no seu caso, mas minha mãe já teve e a fisioterapia deu certo. Estou longe, não posso ajudar muito, mas vou rezar para que d6e tudo certo, espero que você fique bem logo.
Não tenha tanto medo, isso aumenta a dor, tenta pensar sempre que vai passar e sei que vai.
Fica bem.
Beijooo

Flávia Azevedo disse...

Hoje não tera canto, as musicas não teram notas, os meus textos não se quer haveram palavras.

Se cuida minha Cacolzinha!

Teamodoro amiga!

Gabriela Moura disse...

tb tenho o meu proprio medo como meu pior inimigo e meu maior problema. alias, o pior de td é q, infelizmente, eu nao consigo esconder isso, basta adquirir mais intimidade comigo e da pra perceber minha insegurança. eu odeio isso em mim, e estou trabalhando isso, um pouco por dia, pra mudar.